Nos últimos tempos, e por circunstâncias várias pessoais e profissionais, tenho conhecido muitas pessoas. Tenho dado conta que, com a crise que vivenciamos, cada vez maiores são as assimetrias existentes entre os seres humanos.
De um lado, estão aqueles que vão ficando cada vez mais pobres e miseráveis. Subitamente sem emprego, com prestações múltiplas para pagar e com crianças para cuidar, deambulam pelas ruas, de olhar perdido, em busca de uma nova oportunidade, rezando para que a vida lhes traga a felicidade de outrora. Procuram todos os dias no jornal aquele anúncio que lhes trará de novo “o pão nosso de cada dia”, enquanto as últimas moedas que trazem nos bolsos vão desaparecendo.
Do outro, estão aqueles que cada vez têm mais dinheiro. Como podem pagar os mais altos honorários a bons advogados e TOCs, as manobras contabilísticas são rainhas e potenciadoras dos seus elevados saldos bancários. As suas manifestações de fortuna multiplicam-se e dão-se ao luxo de, em plena crise conjuntural, fazer férias várias vezes ao ano e de viver faustosamente.
Acreditem ou não, esta é a mais pura das verdades. O dinheiro que uns perdem é o mesmo dinheiro que outros ganham.
A vida está má, está! Até para os marqueses!