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domingo, 28 de agosto de 2011

Pobres dos ricos?

Com tamanha e tão profunda crise que estamos a vivenciar, os Governos estão a tomar medidas e mais medidas de forma a conseguirem aumentar a receita pública e diminuir a despesa pública.

Esta semana tomámos conhecimento de mais uma medida, desta feita tendo por objecto os rendimentos dos contribuintes "mais ricos".

Até aqui, muito bem. Afinal, os impostos sobre os rendimentos visam precisamente atenuar os fenómenos de desigualdade social e, em tempos de crise, "quem mais tem, mais deve contribuir para ajudar a fazer face à crise" e para que não sejam sempre os contribuintes com mais parcos rendimentos a ver os seus salários a ser mais tributados enquanto que os custos dos bens de consumo se elevam.

No entanto, não nos podemos esquecer que muitos rendimentos declarados não correspondem à realidade e que muitos portugueses afinal milionários não o são nas suas declarações de IRS. Posto isto de parte, somos de aplaudir esta medida que de corajosa tem pouco, atendendo ao facto de muitos milionários terem espontaneamente demonstrado que estão dispostos a ajudar a resolver (se é que é passível de resolução!) a crise, oferecendo-se para pagar mais impostos e requerendo que lhes sejam retiradas todas as isenções, deduções e benefícios fiscais que possuem. Isto mesmo aconteceu em França, tendo o Governo francês aprovado um imposto extraordinário para rendimentos acima dos 500 mil euros.

Espanha também se prepara para aumentar a pressão fiscal sobre os mais ricos, tendo a Ministra da Economia dado a entender que esta medida será decerto aprovada.

No nosso país, muitos são os milionários que rejeitam medidas similares às tomadas nos nossos congéneres europeus, escusando-se com o facto de "não serem ricos, mas meros assalariados", como é o caso de Américo Amorim, actualmente o homem mais rico de Portugal, e de Luís de Mello Champalimaud que considera que já no 25 de Abril existia a máxima de que "os ricos é que pagam a crise!" e que a solução deve passar antes por tornar mais eficaz e célere a justiça.

Julgamos ser mais defensável a tributação não apenas dos rendimentos, mas também dos patrimónios imobiliário e mobiliário que os contribuintes detêm. Porque há muitas manifestações de fortuna de indivíduos que apenas auferem no papelinho o salário mínimo nacional. Porque assim nunca mais conseguiremos ver a luz ao fundo do denso e longo túnel da crise.

A vida está má, está! Até para os marqueses!

1 comentário:

Anónimo disse...

posso fazer comentário completamente fora do contexto?
aqui em Itália tb há crise... mas a massa compensa :P

(concordo com impostos proporcionais. pelo menos enquanto for tesa como sou :P)

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