Regressados de férias há já umas semanas, entramos
a pés juntos numa fase de contenção que ninguém pediu e que muito se prometeu
ao longo do ano que passou. Os jovens batem a portas que não abrem e maldizem a
vida, dizem-se à rasca. Os mais velhos querem aquilo para que trabalharam toda
a vida, mas agora, nem isso lhes podem prometer. Portanto, de um ponto de vista
geral a coisa não é bonita, ninguém está a gostar e repetem-se até à exaustão
os avisos de que vai ser pior ainda e que vêm aí dias dramáticos. Os que podiam
ter feito alguma coisa trazem os baús das soluções tarde demais e brindam-nos
com uns: ”Devia ter-se feito assim!... Mas fez-se assado.”.
Então olhamos todos uns para os outros e, vendo a
desgraça anunciada tão perto de nos tocar na ponta do nariz caímos na tentação
da terra prometida, das melhores condições de vida fora destas reduzidas
fronteiras e da possibilidade de fugir de um vírus económico que parece atingir
todo o mundo, consumindo a gestão das contas do Estado lenta e dolorosamente.
Pois bem, eu serei a melhor pessoa para dizer um:
“Vai! Aqui não vais ser muito feliz, por isso shô daqui que já somos muitos a
carpir.”. É que na realidade não consigo imaginar-me emigrante, faltam-me
alguns predicados pronto, por isso, quantos mais quiserem dar o salto para um
estrangeiro próximo qualquer eu estarei na linha da frente a gritar o:
“Força!!! Manda postais, sê feliz!”.
Afinal de contas o que temos nós aqui, para além
das possíveis bases familiares e amigos? O que é que Portugal nos pode oferecer
neste momento para além de escassas possibilidades de sucesso e uma carreira
intermitente e imprevisível? Eu digo-vos, até porque já pensei nisso. Ponderei
bastante e, receando parafrasear alguém que certamente já deve ter concluído o
mesmo que eu, este é o momento ideal para sair de Portugal. É que não foi
ontem, nem vai ser amanhã, é agora, neste exacto momento.
Senão atente-se:
1 1) Regressou
à antena televisiva o Secret Story – Casa dos Segredos. Só isto seria motivo
mais que razoável para qualquer mãe, no seu perfeito juízo ser a primeira a
sugerir a um filho emigrar e evitar a possibilidade daquele cair no desespero e
candidatar-se a uma próxima série do programa.
2 2) A
electricidade vai aumentar um balúrdio por cento, ou seja, não tarda acabam-se
os computadores e vamos voltar a ler livros à luz da vela. Não sei, para os
mais românticos até pode ser bonito, mas acho que já que compramos as coisas
era giro poder usá-las.
3 3) Da
maneira como proliferam buracos nas contas públicas devemos temer que se escarafunchem
também as nossas contas em prol da busca do dinheiro perdido. Se em alguma
altura você desviou dinheiro isso vai-se saber e vai ter de prestar as devidas
contas ao Estado com possível inflação e juros e semelhantes.
4 4) O
Sr. Alberto João Jardim ainda não desistiu…
Será ou não sensato dar a fuga agora? Como alguém
sábio disse um dia:
“Não há ruga
que resista, nem tuga que desista!!”
2 comentários:
opa! eu aqui com frases brilhantes que te dou, nas minhas tardes de ócio e nem vi a exposição de tão bela pérola.
snif.
obrigados pá!
De nada amiga, estamos aqui é para isso mesmo. :D
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