A mais bela, a mais pura e a mais duradoura glória literária de prosa da blogosfera

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terça-feira, 3 de agosto de 2010

Os Sonetos a Orfeu

então, só quando o voo
pelo voo em si mesmo não se tente,
nem, quando em céu silente,
ouse subir, pois se bastou,

nem que em perfis de luz,
o êxito de instrumentos
jogue ao favor dos ventos,
só porque um belo baloiçar seduz, -

só quando um puro alvo
puser de orgulhos juvenis a salvo
as máquinas que crescem,

só então os ganhos favorecem
esse que será, perto do longe vário,
tudo quanto é seu voo solitário.

[Rilke - Tradução de Vasco Graça Moura]

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