Uma capa da Revista norte-americana “Time” está a causar polémica nos EUA. Titulando “What Happens if we leave Afghanistan“, nela se mostra a imagem de Aisha, uma jovem afegã de 18 anos, cujas orelhas e nariz foram cortados pelo seu marido como acto de vingança pela fuga de Aisha. Na fotografia apenas se nota a ausência do nariz de Aisha, pois o véu o seu longo cabelo impedem que se torne visível a ausência das suas orelhas. Esta história está a causar polémica nos EUA e o reavivar do interesse da discussão sobre a raison d’être da presença americana no Afeganistão, num momento em que documentos confidenciais sobre a guerra foram recentemente divulgados pelo site WikiLeaks.
A nossa posição inicial sobre a invasão do Afeganistão e do Iraque era de oposição. Apesar dos fundamentos adiantados pelo Presidente Bush se centrarem sobretudo em motivos de segurança interna, passados estes anos torna-se cada vez mais claro as verdadeiras e erradas razões que levaram à invasão dos dois Países. Mas não podemos deixar de enfrentar a cruel realidade que se vive em alguns países e a verdade é que a capa da “Time” é capaz de desafiar as posições mais acérrimas daqueles que opõem à presença americana no território afegão.
Mas situações semelhantes de desrespeito pelos direitos humanos vivem-se um pouco por todo o mundo. No Zimbabwe, no regime de Robert Mugabe; na Guiné Equatorial no regime de Obiang; porque agem então os Estados nalguns casos e outros se abstêm dessa mesma acção? Nalguns casos, não se limitam apenas à ausência de acção, como a uma adulação encapotada desses regimes pelo dinheiro – os diamantes no Zimbabwe; o petróleo na Guiné Equatorial.
Na nossa opinião, a capa da revista “Time” volta a colocar o debate onde sempre ele se deveria ter centrado – na questão da flagrante violação dos direitos humanos que se vive em determinados países. No caso particular dos países muçulmanos fundamentalistas – a violação dos mais elementares direitos das mulheres. Aqueles que se recusam a comentar a imagem com base num argumento de chantagem emocional recusam simplesmente confrontar-se com a realidade. E a realidade é esta, perturbadoramente, espelhada na capa da Revista “Time”. Ao apresentarem razões de chantagem emocional para se furtarem ao debate, essas pessoas apenas demonstram, pelo seu silêncio, a ausência de argumentos para rebater uma imagem tão poderosa – ainda que sem palavras. Casos como o de Aisha acontecem num país onde as tropas americanas marcam uma severa presença; num país que é governado por um Presidente que é do agrado dos Aliados. Ora, situações como estas são inadmissíveis. E é necessário que o Presidente afegão não só não pactue com elas, como puna os culpados por estas situações. A ausência de punição sobre os homens que realizam estes actos bárbaros não é mais do que um pactuar e um capitular perante o regime talibã – significa a manutenção do status quo. As razões do combate no Afeganistão não podem ser apenas preventivas no sentido da defesa do espaço atlântico contra eventuais ataques terroristas; a guerra tem também ela de ser activa e agir perante situações de desrespeito perante os direitos humanos. Os homens que realizam este tipo de acções são tão perversos quanto aqueles que se encontram numa gruta insalubre conspirando contra os americanos. Progressos foram realizados – nomeadamente no acesso de raparigas à escola. Mas, a verdade é que o domínio tribal e o jugo dos homens sobre as mulheres no Afeganistão continua a ser um cenário real, apesar dos progressos. Como evitar estas situações? Será a invasão destes países a opção para haver respeito pelos direitos humanos? Será a guerra o meio legítimo de restabelecer o primado de uma lei justa nestes países? Como moderar o fundamentalismo religioso que se vive em alguns países humanos?
Infelizmente, hoje, deixamos o leitor com mais perguntas do que propriamente com esclarecimentos.
A nossa posição inicial sobre a invasão do Afeganistão e do Iraque era de oposição. Apesar dos fundamentos adiantados pelo Presidente Bush se centrarem sobretudo em motivos de segurança interna, passados estes anos torna-se cada vez mais claro as verdadeiras e erradas razões que levaram à invasão dos dois Países. Mas não podemos deixar de enfrentar a cruel realidade que se vive em alguns países e a verdade é que a capa da “Time” é capaz de desafiar as posições mais acérrimas daqueles que opõem à presença americana no território afegão.
Mas situações semelhantes de desrespeito pelos direitos humanos vivem-se um pouco por todo o mundo. No Zimbabwe, no regime de Robert Mugabe; na Guiné Equatorial no regime de Obiang; porque agem então os Estados nalguns casos e outros se abstêm dessa mesma acção? Nalguns casos, não se limitam apenas à ausência de acção, como a uma adulação encapotada desses regimes pelo dinheiro – os diamantes no Zimbabwe; o petróleo na Guiné Equatorial.
Na nossa opinião, a capa da revista “Time” volta a colocar o debate onde sempre ele se deveria ter centrado – na questão da flagrante violação dos direitos humanos que se vive em determinados países. No caso particular dos países muçulmanos fundamentalistas – a violação dos mais elementares direitos das mulheres. Aqueles que se recusam a comentar a imagem com base num argumento de chantagem emocional recusam simplesmente confrontar-se com a realidade. E a realidade é esta, perturbadoramente, espelhada na capa da Revista “Time”. Ao apresentarem razões de chantagem emocional para se furtarem ao debate, essas pessoas apenas demonstram, pelo seu silêncio, a ausência de argumentos para rebater uma imagem tão poderosa – ainda que sem palavras. Casos como o de Aisha acontecem num país onde as tropas americanas marcam uma severa presença; num país que é governado por um Presidente que é do agrado dos Aliados. Ora, situações como estas são inadmissíveis. E é necessário que o Presidente afegão não só não pactue com elas, como puna os culpados por estas situações. A ausência de punição sobre os homens que realizam estes actos bárbaros não é mais do que um pactuar e um capitular perante o regime talibã – significa a manutenção do status quo. As razões do combate no Afeganistão não podem ser apenas preventivas no sentido da defesa do espaço atlântico contra eventuais ataques terroristas; a guerra tem também ela de ser activa e agir perante situações de desrespeito perante os direitos humanos. Os homens que realizam este tipo de acções são tão perversos quanto aqueles que se encontram numa gruta insalubre conspirando contra os americanos. Progressos foram realizados – nomeadamente no acesso de raparigas à escola. Mas, a verdade é que o domínio tribal e o jugo dos homens sobre as mulheres no Afeganistão continua a ser um cenário real, apesar dos progressos. Como evitar estas situações? Será a invasão destes países a opção para haver respeito pelos direitos humanos? Será a guerra o meio legítimo de restabelecer o primado de uma lei justa nestes países? Como moderar o fundamentalismo religioso que se vive em alguns países humanos?
Infelizmente, hoje, deixamos o leitor com mais perguntas do que propriamente com esclarecimentos.
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