Lord Nelson, na sua despedida temporária em lágrimas deste blog, aliviou a dor do adeus ao desenhar um cenário idilicamente social-democrata. Na sondagem do jornal “i”, o PSD liderava as intenções de voto com 39,2%, enquanto que o PS detinha 34,4%.
Numa recente sondagem, o jornal “Público”, confirma o cenário de queda do PSD num eventual cenário de eleições legislativas. Segundo o Barómetro TSF/Diário Económico, o PSD mantém a liderança, com 37,3% dos votos, logo seguido do PS com 33,3%. Numa análise comparada entre a sondagem do jornal “i” e a sondagem publicada pelo jornal “Público” ambos os partidos surgem em cenário de perda:
• o PSD de 39,2% para 37,4% e
• o PS de 34,4% para 33,3%.
Esta queda nas sondagens quer do PSD, quer do PS seria motivo para o nosso Lord continuar em êxtase eleitoral, cenário que não nos agrada. Exigem-se, portanto, maiores estudos. O mesmo jornal “Público”, realça dois cenários:
• em Junho o PSD recebia 47,7% dos votos e
• na mesma data, o PS recebia 24,1% dos votos.
Neste caso, o cenário é diferente. Enquanto o PSD cai cerca de 10% nas sondagens, o PS faz o caminho inverso – sobe quase 10%. Motivo? Simples – o programa de revisão constitucional do PSD.
Passos Coelho tem total mérito por ter recolocado o debate político em torno dos temas sobre os quais sempre deveria ter assentado – o debate de ideias. Qual o problema deste debate de ideias? São precisamente as ideias do PSD. Temos observado diversos analistas comentarem, num tom de quase condenação, a revelação do programa do PSD. Tal apenas nos parece inverosímil. Com efeito, um político que tem as suas ideias, os seus valores, os seus planos, a sua estratégia, o que deve fazer com ela? Ocultá-la? Falsificá-la? Omiti-la? Travesti-la? Nada mais ridículo – os analistas deveriam valorizar a atitude do líder do PSD em expor as suas ideias. Plano diferente será não só comentar o timing de revelação dessas ideias – a revisão constitucional, no nosso entender, deve ser assunto a ser discutido após as presidenciais -, como também a substância dessas mesmas ideias – com as quais, igualmente, não concordamos. Não obstante, o líder do PSD age como um verdadeiro político – age de acordo com as suas próprias ideias, defendendo-as, pugnando por elas, mesmo tendo consciência que elas colocam em causa o pensamento tradicional na política portuguesa. Este facto tem sido menosprezado pelos analistas e não alvo de um aplauso merecido. Compreendemos que tal não é habitual na política portuguesa – o político português, geralmente, trapaceia, engana, mente, trai e, recentemente, furta. A honestidade intelectual devia ser parte natural do perfil político. Mas, raramente, temos lido ou escutado isto entre os supostos analistas, que se focam apenas no facto dessas ideias virem a ser prejudiciais ao líder do PSD. E, assim, assalta-nos outra dúvida. Mas qual é a surpresa? Mais uma vez, o líder do PSD nunca fez questão em esconder as suas ideias de cariz mais liberal. A sua revelação escrita, positivada em letra firme e concreta, traduzida na alteração, sobretudo de três artigos da Constituição, causou assim tanto espanto ao espectro político nacional? Pelos vistos, muitos portugueses já adquiriram o hábito de tomar por falsas as declarações dos políticos. Então, quando Passos Coelho fala em privatização da saúde, privatização do ensino e liberalização dos despedimentos, a maior parte interpreta-o como sendo um defensor acérrimo do Sistema Nacional de Saúde, um patriota do Ensino Público ou um sindicalista do PCP no que toca ao mercado de trabalho.
No nosso entender, esta maior clivagem entre PS e PSD apenas pode beneficiar o debate de ideias. Os portugueses terão oportunidade de analisar as diferenças de ideias mais profundas que existem entre os dois partidos e estudar as vantagens do modelo económico, social, político e cultural que cada um deles defende. As nações progridem apenas por uma coisa – o pensamento. O debate de ideias terá esse condão – o de pôr Portugal a pensar. Com certeza, caro leitor…Uma nuvem espessa de fumo irá cobrir os céus por altura dos debates legislativos e temos sérias dúvidas de que tal se deverá à época de incêndios. Mas é uma oportunidade de se repensarem as instituições, o modelo económico, as opções políticas na Educação, as prioridades estratégicas – obras públicas ou apoio às PME? -, a dívida pública, o défice público. Enfim, uma oportunidade para se repensar o futuro de Portugal.
Numa recente sondagem, o jornal “Público”, confirma o cenário de queda do PSD num eventual cenário de eleições legislativas. Segundo o Barómetro TSF/Diário Económico, o PSD mantém a liderança, com 37,3% dos votos, logo seguido do PS com 33,3%. Numa análise comparada entre a sondagem do jornal “i” e a sondagem publicada pelo jornal “Público” ambos os partidos surgem em cenário de perda:
• o PSD de 39,2% para 37,4% e
• o PS de 34,4% para 33,3%.
Esta queda nas sondagens quer do PSD, quer do PS seria motivo para o nosso Lord continuar em êxtase eleitoral, cenário que não nos agrada. Exigem-se, portanto, maiores estudos. O mesmo jornal “Público”, realça dois cenários:
• em Junho o PSD recebia 47,7% dos votos e
• na mesma data, o PS recebia 24,1% dos votos.
Neste caso, o cenário é diferente. Enquanto o PSD cai cerca de 10% nas sondagens, o PS faz o caminho inverso – sobe quase 10%. Motivo? Simples – o programa de revisão constitucional do PSD.
Passos Coelho tem total mérito por ter recolocado o debate político em torno dos temas sobre os quais sempre deveria ter assentado – o debate de ideias. Qual o problema deste debate de ideias? São precisamente as ideias do PSD. Temos observado diversos analistas comentarem, num tom de quase condenação, a revelação do programa do PSD. Tal apenas nos parece inverosímil. Com efeito, um político que tem as suas ideias, os seus valores, os seus planos, a sua estratégia, o que deve fazer com ela? Ocultá-la? Falsificá-la? Omiti-la? Travesti-la? Nada mais ridículo – os analistas deveriam valorizar a atitude do líder do PSD em expor as suas ideias. Plano diferente será não só comentar o timing de revelação dessas ideias – a revisão constitucional, no nosso entender, deve ser assunto a ser discutido após as presidenciais -, como também a substância dessas mesmas ideias – com as quais, igualmente, não concordamos. Não obstante, o líder do PSD age como um verdadeiro político – age de acordo com as suas próprias ideias, defendendo-as, pugnando por elas, mesmo tendo consciência que elas colocam em causa o pensamento tradicional na política portuguesa. Este facto tem sido menosprezado pelos analistas e não alvo de um aplauso merecido. Compreendemos que tal não é habitual na política portuguesa – o político português, geralmente, trapaceia, engana, mente, trai e, recentemente, furta. A honestidade intelectual devia ser parte natural do perfil político. Mas, raramente, temos lido ou escutado isto entre os supostos analistas, que se focam apenas no facto dessas ideias virem a ser prejudiciais ao líder do PSD. E, assim, assalta-nos outra dúvida. Mas qual é a surpresa? Mais uma vez, o líder do PSD nunca fez questão em esconder as suas ideias de cariz mais liberal. A sua revelação escrita, positivada em letra firme e concreta, traduzida na alteração, sobretudo de três artigos da Constituição, causou assim tanto espanto ao espectro político nacional? Pelos vistos, muitos portugueses já adquiriram o hábito de tomar por falsas as declarações dos políticos. Então, quando Passos Coelho fala em privatização da saúde, privatização do ensino e liberalização dos despedimentos, a maior parte interpreta-o como sendo um defensor acérrimo do Sistema Nacional de Saúde, um patriota do Ensino Público ou um sindicalista do PCP no que toca ao mercado de trabalho.
No nosso entender, esta maior clivagem entre PS e PSD apenas pode beneficiar o debate de ideias. Os portugueses terão oportunidade de analisar as diferenças de ideias mais profundas que existem entre os dois partidos e estudar as vantagens do modelo económico, social, político e cultural que cada um deles defende. As nações progridem apenas por uma coisa – o pensamento. O debate de ideias terá esse condão – o de pôr Portugal a pensar. Com certeza, caro leitor…Uma nuvem espessa de fumo irá cobrir os céus por altura dos debates legislativos e temos sérias dúvidas de que tal se deverá à época de incêndios. Mas é uma oportunidade de se repensarem as instituições, o modelo económico, as opções políticas na Educação, as prioridades estratégicas – obras públicas ou apoio às PME? -, a dívida pública, o défice público. Enfim, uma oportunidade para se repensar o futuro de Portugal.
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