A mais bela, a mais pura e a mais duradoura glória literária de prosa da blogosfera

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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Connections




Com certeza que não há ninguém neste planeta, à excepção de alguns representantes da terceira idade menos propensos ao avanço das tecnologias, que não tenha sido já introduzido a essa nova realidade do nosso quotidiano que são as redes sociais. Quem não tem uma página pessoal certamente já viu alguma ou, pelo menos, ouviu falar das aventuras provincianas que por lá acontecem. Actualmente há quem chegue mais longe e considere que, a falta de um perfil em redes sociais equivale à inexistência virtual, o que me parece constituir uma enorme preocupação para pessoas como os meus progenitores que, não possuindo a dita existência virtual mal dormem à noite por se sentirem tão ostracizados numa sociedade que comunga com valores tão high tech. Quem, portanto, decidiu não ser excomungado deste novo tipo de comunidade, facilmente avança com as infinitas possibilidades e convenientes de ter uma página pessoal na internet. Desde os parentes, amigos e afins que se descobrem e já não se viam aos anos e os que não se conhecem e se revelam tão interessantes, às horas de puro e divertido entretenimento possibilitadas pelas aplicações e jogos que nunca têm fim, aos inúmeros e tão promissores (e agora chegamos onde quero) contactos profissionais em rede.
E aqui é que bate o ponto.
Eu tenho uma página no Facebook há já algum tempo e, até agora, ainda não fui presenteada com nenhuma abordagem profissional. Nada de: "Olá, estás interessada em trabalhar na minha empresa?" ou "Boa tarde dra. Vi as suas fotos e tenho ideia que será uma excelente profissional no nosso ramo. Deseja ponderar uma entrevista com os nossos representantes?", nada, nadinha. Ora, isto só me faz crer que esta coisa dos contactos profissionais em rede não passa de uma farsa, uma desculpa ligeiramente mais rebuscada e decente de se justificar uma futilidade como a de expor a vida toda (ou parte dela) nas redes sociais. Para além do mais, quem é que quer que o patrão, ou futuro patrão, veja aquelas fotos tiradas na praia, nas férias em Benidorm ou aquelas outras, que tirámos com amigos de copo na mão a fazer figuras ridículas mas que ficam tão bem nestes espaços cibernéticos? Arrisco-me a dizer que ninguém. Em que é que isso nos pode vir a beneficiar? Em nada.
Daí que na Alemanha (sempre cheia de boas ideias) surja uma medida, a meu ver muito bem aplicada sim senhora, que visa proibir que os empregadores metam o nariz nas páginas pessoais do Facebook dos futuros empregados chegando-se ao limite de, em caso de desconfiança sobre a decisão de contratar estar a ser influenciada por publicações em redes sociais, o candidato ao emprego poder processar a entidade empregadora. Considero de uma sensatez tremenda, do tempo daquela que se observava antes da decisão de testar a inteligência dos imigrantes e, se aqui não se inventa nada semelhante, àquilo que eu tenho o (des)prazer de ver nas páginas alheias, sugiro a toda a gente uma emigração em massa para a Alemanha, não vão os empregadores portugueses começar a ficar mais sensíveis a estas questões virtuais.

1 comentário:

Joana Banana disse...

cheira-me a qualquer coisa...
não sei bem o que é...
não te cheira?
unf unf
medoooooo