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terça-feira, 19 de abril de 2011

Factos

Ultimamente, com o aproximar das legislativas o spinnig socrático tem andado ultra-excitado, disparando em todas as direcções. Como temos memória e não gostamos de calimeros que andam por aí a dizer que tudo isto se deve à rejeição do PECIV, contrapomos factos a todo o soundbite que por aí circula:

1) Na última década, Portugal teve o pior crescimento económico dos últimos 90 anos;


2) Temos a pior dívida pública (em % do PIB) dos últimos 160 anos. A dívida pública este ano vai rondar os 100%;


3) Esta dívida pública histórica não inclui as dívidas das empresas públicas (mais 25% do PIB nacional);


4) Esta dívida pública sem precedentes não inclui os 60 mil milhões de euros das PPPs (35% do PIB adicionais), que foram utilizadas pelos nosso governantes para fazer obra (auto-estradas, hospitais, etc.) enquanto se adiava o seu pagamento para os próximos governos e as gerações futuras. As escolas também foram construídas a crédito;


5) Temos a pior taxa de desemprego dos últimos 90 anos (desde que há registos). Em 2005, a taxa de desemprego era de 6,6%. Em 2011, a taxa de desemprego chegou aos 11,1% e continua a aumentar;


6) Temos 620 mil desempregados, dos quais mais de 300 mil estão desempregados há mais de 12 meses;


7) Temos a maior dívida externa dos últimos 120 anos;


8) A nossa dívida externa bruta é quase 8 vezes maior do que as nossas exportações;


9) Estamos no top 10 dos países mais endividados do mundo em praticamente todos os indicadores possíveis;


10) A nossa dívida externa bruta em 1995 era inferior a 40% do PIB. Hoje é de 230% do PIB;


11) A nossa dívida externa líquida em 1995 era de 10% do PIB. Hoje é de quase 110% do PIB;


12) As dívidas das famílias são cerca de 100% do PIB e 135% do rendimento disponível;


13) As dívidas das empresas são equivalente a 150% do PIB;


14) Cerca de 50% de todo endividamento nacional deve-se, directa ou indirectamente, ao nosso Estado;


15) Temos a segunda maior vaga de emigração dos últimos 160 anos;


16) Temos a segunda maior fuga de cérebros de toda a OCDE;


17) Temos a pior taxa de poupança dos últimos 50 anos;


18) Nos últimos 10 anos, tivemos défices da balança corrente que rondaram entre os 8% e os 10% do PIB;


19) Há 1,6 milhões de casos pendentes nos tribunais civis. Em 1995, havia 630 mil. Portugal é ainda um dos países que mais gasta com os tribunais por habitante na Europa;


20) Temos a terceira pior taxa de abandono escolar de toda a OCDE (só melhor do que o México e a Turquia);


21) Temos um Estado desproporcionado para o nosso país, um Estado cujo peso já ultrapassa os 50% do PIB;


22) As entidades e organismos públicos contam-se aos milhares. Há 349 Institutos Públicos, 87 Direcções Regionais, 68 Direcções-Gerais, 25 Estruturas de Missões, 100 Estruturas Atípicas, 10 Entidades Administrativas Independentes, 2 Forças de Segurança, 8 entidades e sub-entidades das Forças Armadas, 3 Entidades Empresariais regionais, 6 Gabinetes, 1 Gabinete do Primeiro Ministro, 16 Gabinetes de Ministros, 38 Gabinetes de Secretários de Estado, 15 Gabinetes dos Secretários Regionais, 2 Gabinetes do Presidente Regional, 2 Gabinetes da Vice-Presidência dos Governos Regionais, 18 Governos Civis, 2 Áreas Metropolitanas, 9 Inspecções Regionais, 16 Inspecções-Gerais, 31 Órgãos Consultivos, 350 Órgãos Independentes (tribunais e afins), 17 Secretarias-Gerais, 17 Serviços de Apoio, 2 Gabinetes dos Representantes da República nas regiões autónomas, e ainda 308 Câmaras Municipais, 4260 Juntas de Freguesias. Há ainda as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional, e as Comunidades Inter-Municipais;


22) Nos últimos anos, nada foi feito para cortar neste Estado omnipresente e despesista, embora já se cortaram salários, já se subiram impostos, já se reduziram pensões e já se impuseram vários pacotes de austeridade aos portugueses. O Estado tem ficado imune à austeridade;


Fonte: aqui.


Da próxima vez que ouvir o Sr. Sócates a falar (ou um dos seus muchachos) lembre-se, pelo menos, de dois destes pontos... Só para não passarmos por lorpas.


Quem nos meteu nisto, disto não nos tira!

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