A mais bela, a mais pura e a mais duradoura glória literária de prosa da blogosfera

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terça-feira, 21 de junho de 2011

Um Governo em 4-4-3



Eleições feitas, Sócrates de saída, credores à entrada e temos novo Governo, desta vez, de coligação. O CDS-PP consegue três ministérios (sem surpresa), com Portas nos Negócios Estrangeiros (toda a gente o estava lá a ver). Dr. Portas, permita-nos um conselho: dedique-se, dia e noite, à luta pelas eurobonds pois só elas nos podem salvar.


Mas é nos 8 ministérios da esfera do PSD que maiores surpresas tivemos: para aqueles 8 ministérios, Passos escolheu para metade, independentes.
Comecemos pelo que mais interessa: Finanças – segundo avançado pelo Expresso, a primeira pessoa que Passos convidou foi Eduardo Catroga, talvez para a Economia, (que já tinha dado a cara nas negociações com a troika e que foi, em grande parte, responsável pelo programa de Governo que o PSD apresentou a sufrágio). Também foi convidado Vítor Bento, presidente da SIBS (para quem não sabe, é a empresa do multibanco que terá recusado por questões financeiras. O que até é lógico… Quem quer ir para ministro, ganhar chatices e perder dinheiro? E foi assim que se chegou a Vítor Gaspar. Quem é este Vítor Gaspar? Não o conhecemos n’ Opinador, mas concedemos-lhe o benefício da dúvida. Ao que parece é muito bem visto na sua área, muito competente, curriculum excelente…


Depois, nova recusa para Passos, desta vez na Educação – o primeiro nome pensado teria sido o de Paulo Rangel mas este recusou (talvez quisesse a Justiça). Veio a cair a escolha em Nuno Crato, insigne professor universitário, cujo nome deve fazer tremer os pelos do bigode de Mário Nogueira.


Uma nota positiva para a Economia: nos últimos anos este ministério esteve um pouco oco de substância pelo que a reunião das Obras Públicas, Telecomunicações e Privatizações parece ser uma aposta correcta. Álvaro Santos Pereira sofre do mesmo de Vítor Gaspar: é ao que parece um excelente académico, sem nome na praça. Para ele vai também o nosso benefício da dúvida.


Na saúde temos um excelente quadro – Paulo Macedo, muito conhecido pelo seu trabalho na DGCI. Numa altura em que será preciso contar os tostões, é um nome acertado, atendendo a que conhece bem o sector, pois já foi administrador da Medis. E assim se fecha o círculo independente.


Quanto aos militantes, Aguiar Branco na defesa (ainda nos lembramos da má reforma da acção executiva que patrocinou, por isso tem que mostrar bom serviço nesta pasta), Paula Teixeira da Cruz na Justiça (algumas reservas quanto à sua capacidade de independência, especialmente da Ordem dos Advogados), Administração Interna e Assuntos Parlamentares sem grande surpresa.


É um governo jovem o que revela capacidade de renovação geracional. Mas também é um governo inexperiente (ok, está lá o Portas) para uma altura crítica como esta. Muitos dos que lá estão, têm mérito académico e isso é bom (pena é que o mesmo não se passe, por exemplo na Justiça)… Vamos a ver é se dão bons ministros.
Só uma curiosidade: no meio de tanto convite, ao que parece houve um desconvite: Jorge Moreira da Silva estaria apontado para a Agricultura, mas Passos teve que ceder a pasta ao CDS-PP, talvez em tornas da Economia.
Um Governo pequeno (a nosso gosto), liberal (muito a nosso gosto) e jovem. Vamos a ver o que isto dá… Mas muita gente houve que ficou em logo êxtase com os nomes deste executivo, até o Medina Carreira. Ficaram, mais ou menos, desta maneira:


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