Todos os santos meses vem a lume uma notícia baseada num qualquer
estudo sociológico sobre a (in)felicidade do povo português. Já se perdeu a
conta a quantas vezes se disse em pleno horário noticioso que somos todos uma
cambada de pessimistas e que, em comparação com outro povos europeus, não somos
tão felizes. Pudera…!
Mas enfim, contrariando essa aparente inevitável tendência, até o IKEA
já publicita que a felicidade vem de dentro (no caso deles, de dentro de casa,
especialmente quando mobilada com tralha da loja) deixando pendente a ideia que
acabamos por ser infelizes, não porque não tenhamos outra opção, mas porque não
sabemos procurar a verdadeira felicidade.
Quem trabalha não gosta do que faz ou simplesmente sente que o
interesse de outrora se perdeu e quem não trabalha deprime e desespera porque
os longos meses sem objectivos concretos deitam abaixo o mais optimista dos
seres humanos. Uns acreditam que têm motivos mais que suficientes para viver
uma vida cinzenta e doentia, outros acreditam que a felicidade se retira das
pequenas coisas que compõem o dia e há ainda os que maldizem a felicidade dos
outros porque simplesmente ainda não descobriram como se faz para se sentirem
igual.
Recentemente li um livro sobre motivação humana. O livro chama-se Drive e considerem sugerido. Nele está
provado que, em parte, o interesse e o gosto que inicialmente se tem pela
prática de uma actividade profissional se perdem no tempo devido a falhas de
gestão e que olhamos para aquilo que move o Homem de uma forma errada, sendo por
isso que progressivamente nos vamos tornando em profissionais desanimados e
desinteressados pelo que fazemos diariamente.
Para quem se move nas artes a motivação pode ser constante, desde que
preservado o espaço adequado para se criar sem entraves, sem pressões,
deixando-se apenas que o “dom” flua e surjam as obras mais ou menos primas. E
para os outros? Para os que o trabalho não tem tanto que ver com a optimização
do funcionamento do lado direito do cérebro e se vêem presos a rotinas enfadonhas
e desnecessárias de criatividade? O livro dá algumas ideias, mas eu já pensei
em alternativas igualmente viáveis.
Portugal está repleto de propulsores de alegria para
quando chega aquela hora do dia em que olhamos de cima para nós mesmos e nos
vemos desanimados e tristes. É ela que chega quando a festa está a cair na
monotonia pronta a levantar a moral de todos e levar os pés de chumbo a provar
a leveza do ser e que, certamente não deixará mal um escritório onde entoam os
mais harmoniosos suspiros e bocejos. Como é segunda-feira, dia escolhido por
tantos para se praguejar a infelicidade de mais uma semana de trabalho, deixo
uma outra sugestão para despertar existências.
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