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quarta-feira, 6 de julho de 2011

Da Limpeza de Quartéis pelos Militares da GNR

Segundo noticia o Público, os militares da Guarda Nacional Republicana (GNR) adquiriam por determinação superior uma nova função – a limpeza dos quartéis. A denúncia foi feita pela Associação Sócio-Profissional Independente da Guarda (ASPIG) que criticou veementemente a nova tarefa da GNR, usando expressões tais como “afronta à dignidade”, “missão humilhante” e vexatória”. Analisemos.


Compreendemos a posição da Associação. Com efeito, todos sabemos que a autoridade de um militar da GNR se baseia na sua imagem viril e máscula: pensamos num militar da GNR e logo associamos a essa figura um perfil imponente, corpulento, intimidante, sério e grave. Agora, com as novas funções que são atribuídas aos militares da GNR, mesmo que se mantenham em parte aquelas características, é inevitável que não lhe associemos uma certa mariquice. Por exemplo: queira o leitor considerar esta imagem:




O leitor diria que temos aqui um homem robusto: nota-se que os seus músculos se encontram plenamente desenvolvidos, adivinha-se uma postura forte, implacável e austera. Por outro lado, este senhor está limpando, está esfregando o chão e o que não será de todo alheio aos factos agora descritos – com o rabo empinado. Tudo coisas claramente incompatíveis com o exercício da autoridade e da força porque é de senso comum: estas coisas afrouxam o homem, tornam-no manso, ao ponto de ameaçar toda a sua imagem viril e máscula. O mesmo sucede com os militares da GNR exercendo as funções de fascineira nos quartéis. O digno militar logo antevê o rol de piadas que o meliante lhe lançará aos pés. Diz o militar ao meliante: - Pare em nome da lei ou eu disparo! Ao que réplica o meliante: - Com o quê? Com essa espanadeira que trazes no coldre? E logo o militar se apercebe que justamente antes de sair para ir patrulhar as ruas se esquecera de trocar a espanadeira com que limpara as persianas pela sua pistola. E prossegue ainda o meliante: - E vais ferir-me com o quê? Com ácaros? E logo o militar da GNR é alvo de chacota geral, comprometendo a sua imagem viril, cuidadosamente criada ao longo de anos.

Seriamente falando, esta notícia é preocupante não porque como afirma a ASPIG se tratarem de funções humilhantes ou vexatórias, porque não temos das senhoras da limpeza a ideia de que desempenhem funções humilhantes ou vexatórias – elas cumprem apenas com o que lhes é solicitado, tal como o fazem os militares da GNR. É aqui que reside o problema porque ficaríamos preocupados se fosse pedido aos militares da GNR para limparem os quartéis e às senhoras da limpeza para patrulharem as ruas: porque a cada profissão corresponde o exercício de uma determinadas tarefa: e aos militares da GNR, o que lhes é pedido, em nome da segurança pública, é que patrulhem as ruas e não que espanem os quartéis; mas não porque isso é vexatório ou humilhante: simplesmente porque essa não é a sua função. Ou acaso a ASPIG associa a limpeza a uma coisa humilhante e vexatória? Acaso os dignos representantes vivem numa pocilga?

2 comentários:

M. Pompadour disse...

Certamente que se, em vez de UM meliante, tivermos UMA meliante a história poderá consumir-se em contornos totalmente diferentes.
A meu ver a limpeza não abala em nada a dignidade de um homem...de um polícia é que já não sei.

*Nice picture, by the way.lol

Nelson disse...

Só pra dizer, ilustre doutor, que essa foto é muito rabeta...