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domingo, 26 de dezembro de 2010

Balançando...

Hoje escrevo em jeito de balanço, já que é o último domingo que escrevo aqui no blog, este ano.

2010 não foi um ano fácil em nenhum domínio. Em termos económico-financeiros, a taxa de desemprego aumentou, conhecendo dois algarismos, o número de insolvências quadruplicou face ao ano anterior, as famílias viram os seus rendimentos escassear, as poucas poupanças de que dispunham a ter de ser gastas para fazer face aos constantes aumentos dos preços dos bens e serviços, os abonos de família, subsídios de desemprego e rendimentos sociais de inserção a serem diminuídos ou até mesmo eliminados. O FMI amedrontou Portugal com a sua possível entrada no nosso país com todas as consequências a ela inerentes. A carga fiscal tornou-se ainda mais pesada e terá mais um acréscimo de kg no próximo ano.

No respeitante à área social, as famílias continuaram a passar grandes dificuldades com um número crescente de escolas e de hospitais a serem encerrados, dada a tendência para a centralização dos serviços. Foram mais as famílias a recorrerem a instituições de solidariedade social para poderem responder às suas necessidades mais básicas de alimentação e o número de sem-abrigos e de pessoas no limiar da pobreza subiu drasticamente durante o ano que agora termina.

No que concerne à política, continuamos como sempre estivemos, desde há alguns anos para cá: à deriva. Enquanto o actual executivo teimar em ver números nos lugares ocupados por pessoas, continuaremos o nosso trilho rumo ao fundo do poço (tendências suicidas? Não! Meras tendências socráticas!).

Na minha condição de jovem e, apesar de, graças a Deus, não estar incluída no grupo, ressalto ainda o facto de a actual juventude, que é de todas as gerações a mais qualificada de sempre, se ver obrigada a permanecer em casa, indefinidamente, a cargo dos pais, por falta de oportunidades laborais ou pela atrofia do mercado, sem a possibilidade de iniciar o seu percurso profissional e consequentemente pessoal. É desmotivante e, até diria eu, angustiante!

E o pior de tudo é sabermos que o novo ano que se avizinha ainda vai ser pior, muito pior. A carga tributária vai aumentar, os preços dos bens e serviços irão subir e as famílias não saberão o que fazer às suas literalmente pobres vidas.

Resta-nos ter paciência e esperança. Paciência para aguentar com tudo o que nos espera e esperança de que melhores tempos virão!

E, já agora, Caríssimos, tenham um bom ano ou, pelo menos, tentem!

A vida está má, está! Até para os marqueses!

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