A mais bela, a mais pura e a mais duradoura glória literária de prosa da blogosfera

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terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Vamos a todas!




Em números redondos, Portugal, para financiar o défice de 2011 e para pagar os empréstimos que vão vencer no próximo ano, precisará de € 45.700.000.000 (cremos estarem os 0’s todos). Tal enormidade levanta um problema – onde raio, vamos encontrar tanto dinheiro?

E daqueles €45.700.000.000 precisamos de €20.000.000.000 logo a começar o ano porque temos dois empréstimos (ou obrigações do Tesouro, eufemísticamente) a vencerem.

Confrontado com este problema, o Governo tem-se desdobrado em esforços diplomáticos para arranjar compradores para a nossa dívida e evitar que para o ano os leilões da nossa dívida pública acabem com juros altíssimos (ou pior sem comprador). E quando nos referimos ao Governo falamos no Governo ao mais alto nível: o PM vai em Janeiro ao Brasil, à Líbia e aos Emirados Árabes Unidos. Também Timor Indonésia e Singapura são destinos em vista, isto antes de um périplo pela América do Sul – México, Venezuela e Colômbia. E este esforço merece aplauso. Porém, o aplauso acaba aqui!

É certo que procurar diversificar os nossos credores é boa política pois assim não estaremos tão dependentes de apenas um (como estão agora a aprender os EUA relativamente à China), mesmo que isso implique a escória regimes políticos (não incluímos aqui todos os referidos, mas apenas Líbia, China e Venezuela). Mas esta boa política vem na sequência de uma política que não é má, é terrível: cada ano que passa, continuamos a afundar-nos em dívidas, contraindo empréstimos para pagar os empréstimos que chegam à maturidade e para continuar o nosso monstro orçamental.

Urge cortar na despesa – e isto enquanto ainda se pode! Já para não falar da tremenda injustiça que a actual geração está a fazer: está a financiar um modelo de Estado Social, enorme e ineficaz, atirando a conta para o futuro, para a geração que se segue pagar.

Agora uma crítica construtiva – porque é que o Estado não procura financiamento com a mesma intensidade junto das famílias portuguesas? Ao menos as divisas não saíam… Se nos pagarem 6% de juros ao ano estamos dispostos a colocar a nossa pecúnia nas mãos do Sr. Sócrates… E como nós, muitos mais!

Voltando agora o nosso olhar para Itália constatamos que a anunciada morte política de Berlusconi não se consumou. Com efeito, o PM italiano sobreviveu na última semana a duas moções de censura – e isto sem maioria parlamentar. Como o conseguiu? Conseguiu-o com uma margem de apenas três votos, conquistados a deputados do partido de Gianfranco Fini, seu principal opositor e à esquerda parlamentar! Sim à esquerda! E aqui, permita-nos o leitor, um moderno LOL! Tanta coisa contra o "duce" italiano mas o que é certo é que Berlusconi ainda mexe e consegue plataformas de apoio muito diversificadas. O verdadeiro, zoon politikon! Bravo!

Finalmente, chamamos a atenção do leitor para este bom emprego – três ex-administradores e cerca de outros 20 quadros do BPN, segundo noticiado pelo Expresso, são pagos para não fazer nada!
Gostaríamos de chamar a atenção para: o Sr. António Franco (um ex-administrador do BPN acusado no processo crime onde figura também Oliveira e Costa, e com um processo disciplinar no banco); o Sr. Francisco Sanches (também acusado criminalmente e ex homem forte da SLN) entre outros.
Destes outros referimos ainda o Sr. José Augusto Oliveira e Costa, filho do mais conhecido Oliveira e Costa que, durante o mandato de Cadilhe não teve funções no banco (apesar de auferir salário) mas agora encontra-se a dirigir a recuperação de créditos… País porreiro este, não?


Como estamos já em vésperas de Natal, aqui fica para o leitor uma sugestão de presente para dar aos seus amigos mais esquerdistas: O Monopólio Comunista!



Ta-ta!

5 comentários:

Madalena N. Santos disse...

Porque é que o PM não trata de tudo pelo Skype?
Com tanta viagem do comité todo, conhecendo-os como os conheço, vais ter de acrescentar € 10.000.000,00 às contas :P

Nelson disse...

Exacto! Não me lembrei de somar essas despeas... Parece-me que isso vai levar a um Orçamento rectificativo!

Ricardo Lima disse...

Corte-se 50% à despesa em todo o lado, corte-se pelo menos 50% aos impostos e o dinheiro aparece.

Nelson disse...

O problema é que há despesa que não pode ser cortada... Como aqueles €20.000.000.000 para pagar aos credores.

E naquela que podia não há coragem política...

Anónimo disse...

Essa não, mas o grosso da despesa nem está no pagamento aos credores.

ass. RL