O ímpeto da Revolução Líbia parece agora inverter-se e começar a favorecer o Coronel Kadafi com os rebeldes a sofrerem reveses importantes nas cidades de Zawiyah e Ras Lanuf.
O entusiasmo genuíno dos manifestantes no Egipto e na Tunísia em torno dos ideais democráticos e da liberdade que se revelou suficiente nesses casos, é estreito na Líbia. Os Líbios deparam-se contra um exército em combate, ao contrário do que aconteceu na Tunísia e no Egipto, onde o Exército não recorreu à força.
O clã Kadafi continua a controlar os pontos chaves da Governação, reduzindo as possibilidades de uma desagregação do regime, sobretudo no caso da Defesa, agora o Ministério fundamental para assegurar a sua sobrevivência.
O entusiasmo genuíno dos manifestantes no Egipto e na Tunísia em torno dos ideais democráticos e da liberdade que se revelou suficiente nesses casos, é estreito na Líbia. Os Líbios deparam-se contra um exército em combate, ao contrário do que aconteceu na Tunísia e no Egipto, onde o Exército não recorreu à força.
O clã Kadafi continua a controlar os pontos chaves da Governação, reduzindo as possibilidades de uma desagregação do regime, sobretudo no caso da Defesa, agora o Ministério fundamental para assegurar a sua sobrevivência.
Mas o que hoje gostaria de trazer ao leitor é, sobretudo, o papel da comunidade internacional na Revolução Líbia. Comecemos por uma declaração do Presidente Obama.
A admissão de uma intervenção militar pelo Presidente Obama foi errada. Errada porque, em primeiro lugar, revela não compreender o que torna estas revoluções únicas e tão dignas: são revoluções que partem do povo e que são feitas pelo povo, nas suas legítimas ambições e nos seus mais nobres ideais. Errada, em segundo lugar, porque quando a declaração foi efectuada, o ímpeto da revolução estava do lado dos rebeldes: ofuscar o mérito da iniciativa popular com a possibilidade de uma ofensiva militar estrangeira é politicamente errado. Em terceiro lugar, errada porque demonstra que os EUA não aprenderam as lições que o Afeganistão e o Iraque lhes deram. Para haver uma iniciativa militar tem de haver comprometimento da comunidade internacional. No caso que nos importa, uma declaração pública de apoio da Liga Árabe e da União Africana, bem como o inevitável apoio interno que terá de partir dos Líbios. Os aliados, e em especial os EUA, têm a imagem machada pela forma como se iniciou e desenrolou o conflito do Afeganistão e do Iraque. Neste momento, o que os Aliados devem evitar é voltar a demonstrar tiques imperialistas. Reunir um forte consenso em torno da intervenção militar é indispensável para construir a futura estabilidade do País e evitar que ele caia num clima de guerra civil, como acontece hoje no Afeganistão e no Iraque. E isto é especialmente verdade no caso da Líbia, onde há grandes divisões tribais. Além do mais, os próprios rebeldes continuam divididos quanto a uma intervenção militar estrangeira, mesmo depois dos ataques recentes da Força Aérea Líbia.
Mas desde a declaração do Presidente Obama, o rumo da revolução inverteu e parece agora favorecer Kadafi. Mas o que aqui importa é a maneira como essa inversão se operou: à custa do massacre indiscriminado do povo líbio. E perante isto a comunidade internacional não pode permanecer indiferente: a solução passa por armar rapidamente os revoltosos líbios para equilibrar as forças no terreno. Mas esta não é uma solução isenta de riscos. Com efeito, as armas acabar não nas mãos do povo líbio que ambiciona a democracia e a liberdade no seu País, mas nas mãos de perigosos islamistas extremistas. Isto foi o que aconteceu, por exemplo, com a Administração Reagan nos anos 80, no caso do Afeganistão e com a emergência do regime Talibã. Neste caso, os serviços secretos desempenharão um papel fundamental.
Por fim, aqui fica uma mensagem do Coronel destinada aos Portugueses. À apreciação do leitor.
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