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domingo, 20 de março de 2011

Vou ali comprar uma carroça e já volto!

O Governo pretende aumentar o imposto sobre veículos (ISV) já no próximo ano (isto poderá acontecer se este Governo permanecer em funções o que, confessemos, duvidamos que aconteça!). O objectivo preconizado é, mais uma vez, aumentar a receita fiscal.

O Estado pretende arrecadar mais receitas subindo os impostos ao invés de tentar conter e diminuir a despesa. Sob a capa de que esta subida se deve à necessidade de travar a importação de automóveis, o Governo justifica-se, afirmando que esta medida não irá agravar as situações económico-financeiras das famílias e das empresas portuguesas. O ainda mais caricato é uma tirada de alguns membros governamentais que chegam mesmo a referir que as famílias e as empresas têm de se consciencializar que fazem despesas insustentáveis e que devem conter-se mais.

Ora, se atendermos bem à nossa realidade presente, logo concluiremos que esta é mais uma manobra do actual executivo que conduzirá à agudização da já grave situação dos agregados familiares e empresas portuguesas.

É mais do que notório que numa qualquer família portuguesa o automóvel é um bem de primeira necessidade. A família precisa dele para ir às compras, para transportar as suas crianças de/para a escola, para poder deslocar-se de/para o seu local de trabalho. Todavia, parece-me que o automóvel está faseadamente a transformar-se num bem de luxo. Os preços dos combustíveis estão em constante crescendo, já tendo mesmo atingido esta semana recordes históricos, custando cada litro de gasóleo cerca de € 1,50.

Ademais, as portagens das ex-SCUTS são cada vez mais caras e as isenções em grande parte delas já vão deixar de existir a partir de 15 de Abril de 2011, já no próximo mês. A par do gasóleo e das portagens, todos os anos tem de ser pago o ISV, antigo Imposto Automóvel. Este imposto é pago durante o mês da matrícula do veículo e pode ascender a montantes cujo limiar mínimo é € 10.

Se o imposto é obrigatório, vamos agravar ainda mais a situação dos portugueses, aumentando-o, sobretudo quando se trata de um imposto que incide sobre um bem imprescindível para todas as famílias portuguesas já tão assoberbadas de encargos? E as empresas portuguesas que estão com uma carga tão pesada de tributos e que necessitam de veículos para efectuar as suas trocas comerciais? Vão ter de sofrer (mais) um abalo nas suas contas com este aumento dos impostos sobre as suas viaturas?

Se tudo funciona por ciclos, muito provavelmente voltaremos ao tempo dos nossos bisavós, uma era em que ter um carro era um sinal de ostentação e em que o mais comum dos meios de transporte era o burro.

A vida está má, está! Até para os marqueses!

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