Numa altura de aperto, já quase bancarrota, os maquinistas da CP anunciam nova greve, desta vez nas primeiras três sextas-feiras de Abril.
Tal comportamento é no mínimo idiota, por dois motivos essenciais:
1.º Não há motivo para dar um tratamento distinto àqueles senhores: num momento de crise em que todos os portugueses andam a pagar os desvarios socialistas, por que motivo hão-de os maquinistas da CP ter um tratamento diferente? Acaso há algum risco social? Ou a situação deles é distinta dos outros portugueses?
2.º A CP e a REFER são responsáveis por centenas de milhões de euros de prejuízos anuais. Só não são insolventes porque o Estado injecta, ano após ano, dinheiro dos contribuintes (o seu e o meu). Posto isto, é anedótico que quando um dos financiadores da empresa (o contribuinte) necessite de um comboio, não o tenha!
Se é para não haver comboios, não seria mais fácil (e barato) acabar com a CP? Ou então se não se quer isto, se se quer uma empresa pública de caminhos-de-ferro, então que se estabeleçam fortes limitações ao direito à greve, de forma a garantir aos contribuintes que o confisco de que são vítimas não serve para pagar o salário a grevistas.
Toda esta situação (relembramos que as perturbações na CP já vêm do início do ano) denota um total desrespeito dos sindicalistas pelos seus concidadãos. O que podemos fazer é retribuir a indiferença de que somos vítimas, não apoiando as reivindicações injustas dos maquinistas: os sacrifícios não podem conhecer excepção. E já agora votar em quem pode vir a privatizar (ou pelo menos disciplinar) o forrobodó que por ali vai.
Permita-nos o leitor ainda outro tópico:
O IP8 vai ligar Sines a Beja. Até aqui tudo bem. Mas o desgoverno socialista fica bem patente quando analisamos o traçado e verificamos que, quem o decidiu fazer, vai ser responsável por cortar a meio a quinta que produz uns dos melhores azeites do mundo, com a produção voltada especialmente para as exportações. A Quinta de São Vicente, que já desde 1738 produz azeite, vai ser irremediavelmente afectada por uma estrada (cuja utilidade é duvidosa) porque assim foi decidido. E nem puderam dizer nada: "Nunca consegui perceber quem é o interlocutor ou com quem podia discutir o problema do traçado” diz Filipe Passanha um dos responsáveis pela exploração. E teria contributos a dar: “o traçado [deveria ser mudado] para a periferia da exploração, onde até o solo é de má qualidade, ao contrário da Quinta de São Vicente - que integra a zona dos barros de Beja, um dos solos mais férteis do país”.
A reacção do Ministério da Agricultura? Não tem comentários. Notícia aqui.
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