Antes de mais, peço ao leitor que me permita uma pequena réplica ao douto post do Dr. Carlos: este vosso amigo não tem nenhuma “personal vendetta” contra todo o socialismo; apenas contra aquelas abordagens autocráticas do fenómeno político, que ao longo do século passado geraram inúmeras atrocidades, como foi o caso do regime soviético e continua a ser do coreano, do cubano e do chinês. No seu entendimento da superioridade da sociedade em relação ao indivíduo, estes (que são o que faz aquela)viram direitos que consideramos fundamentais completamente ignorados. Julgo que os socialistas democráticos da nossa praça – por quem tenho o devido respeito – me acompanham neste sentimento, apesar de alguns da extrema-esquerda (que em Portugal tem ampla representação parlamentar) tentarem branquear o passado e algum, hoje pouco, presente.
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Quanto aos Saldos:
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Este vosso amigo confessa também ter preocupações orçamentais. No espírito do “isto está mau para todos” empreendi no passado fim-de-semana, uma viagem aos saldos. Comprar roupa nunca foi coisa do meu agrado, sendo pois um viajante muito pouco experiente para estas aventuras.
Chegado ao imenso shopping entro numa loja – franchising de uma multi-nacional que rima com Sara – e constatei ter ido ao primeiro dia dos saldos. Não estava de todo preparado para o que ia viver… Pessoas a remexer em montes de roupa como se estivessem desesperadamente à procura de um filho perdido, gritos pelos empregados, famílias carregadas de vestimentas lembrando refugiados de outros tempos, mas que em vez de irem para algum abrigo, voavam para os provadores, lutas para chegar à caixa… e a loja meus amigos, a loja… completamente arrasada: roupas no chão, prateleiras vazias, suportes desolados; numa palavra – o caos. E apertos, encontrões, cotoveladas, berros e desespero…
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Chegado ao imenso shopping entro numa loja – franchising de uma multi-nacional que rima com Sara – e constatei ter ido ao primeiro dia dos saldos. Não estava de todo preparado para o que ia viver… Pessoas a remexer em montes de roupa como se estivessem desesperadamente à procura de um filho perdido, gritos pelos empregados, famílias carregadas de vestimentas lembrando refugiados de outros tempos, mas que em vez de irem para algum abrigo, voavam para os provadores, lutas para chegar à caixa… e a loja meus amigos, a loja… completamente arrasada: roupas no chão, prateleiras vazias, suportes desolados; numa palavra – o caos. E apertos, encontrões, cotoveladas, berros e desespero…
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Após esta minha reflexão sou levado a admitir, ó leitor, que também numa economia de mercado, especialmente nos saldos, as mais básicas liberdades são também comprimidas, não pelo Estado, mas sim pelos nossos semelhantes em busca de uma peúga mais barata.
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Termino com um conselho para aqueles que estão a pensar ir aos saldos – ide, mas com cuidado e capacete.
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Post Scriptum – procurarei num post futuro, se a conjuntura o permitir, analisar de uma forma calma e ponderada, a questão islâmica que, até agora, venho negligenciando… mea culpa.
1 comentário:
Eu tinha-te avisado que uma economia de mercado podia ser de longe mais opressiva que qualquer ditadura. Não quiseste acreditar em mim... :p
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