A mais bela, a mais pura e a mais duradoura glória literária de prosa da blogosfera

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segunda-feira, 28 de março de 2011

A incoerente leveza do ser

Se há coisa que consegue apoquentar-me e aborrecer-me mais do que a actual situação politico-financeira da Europa, retratada soberbamente no nosso pequeno país, é a indiscutível facilidade que o ser-humano tem de se revelar incoerente em todo o princípio, meio e fim dos seus ideais, convicções ou meras opiniões.
Serão os representantes da cena política os supra-sumo desta constatação, abanando as suas bonitas cabeças de acordo com as preferências dos ouvidos populares até chegarem ao poder e, uma vez lá instalados ou prestes a instalar, abanando freneticamente as, já não tão bonitas, cabeças em sentidos completamente opostos aos que iluminaram outrora os apoteóticos discursos. Quer-me parecer que esses senhores, cujo poder crê-se ser-lhes duvidosamente apelativo, se aproveitam de alguma falta de clareza de consciência que a população já confusa com tanto conceito depressivo e fatalista que a todo o momento é lançado que nem petardo pela comunicação social para o meio da rua revela ao não conservar na memória o que os bonecos do poder dizem. Atentos ao vai e vem democrático de marionetas vestidas de Armani, os Zé Povinho do nosso Portugal dificilmente captam mais do que: FMI, Moodys, rating, dívida, dívida enorme, dívida insustentável, tudo para o burcao, qualquer dia não há dinheiro para comer...
Preocupa-me o que entenderá a terceira idade, ou seja, a maior parte da população nacional, da crise que hoje se vive, se sequer acompanha a velocidade da mudança de estratégia política dos nosso representantes antes mesmo de mudar de canal e soltar o típico: Estes políticos...são todos iguais!
Adiante, este assunto é aborrecido por demais, quase que eu própria me enfado ao falar dele. A política é importante, imprescindível, fundamental e tudo isso que se pode dizer de algo quase tão necessário quanto o próprio ar que se respira, mas a verdade é que, entre as entrevistas e debates televisivos em que os vemos, aos políticos, a tactear a verdade e a empoeirar-nos a vista com os seus desvios de rota de acção e as sessões pós-jantar do Baby Tv, posso garantir com toda a certeza, já tive melhores momentos neste segundo.
E no seguimento disto, nunca expelindo do nosso pensamento todas as crises que governam o mundo neste momento, um milagre da natureza acontece para nos provar, reles imbecis reclusos das convenções que nos regem o destino, que estamos longe de compreender os meandros da existência animal. Pois que, na China, nasce um ovelhão! Ou uma cãolhorca, não sei o que os cientistas chamarão àquilo mas, pronto, fica aqui o registo de que, se os humanos não derem cabo do planeta de vez, enquanto aqui andamos a pastorar, baralhados com as dívidas públicas, o reino animal reserva-nos surpresas mil.


2 comentários:

carolina matos disse...

lol

ora aí está uma notícia digna de menção!... ainda que o meu reduzido espírito científico me leve a perguntar:
cãolhorca ou cãovelha?
uma cãolhorca resultaria da fusão entre um cão e uma porca...não?

os meus cumprimentos, madame

M. Pompadour disse...

Muito bem reparado...

As minhas fusões andam um pouco perturbadas. lol