A mais bela, a mais pura e a mais duradoura glória literária de prosa da blogosfera

.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

A modos que portantos eu subrevivi ao encino portugez…


Esta nova ministra da educação – a qual já mereceu a atenção da pena do Dr. Carlos – precisou apenas de 14 horas para recuar 4 anos e meio de braço de ferro. Nada mal para a FNE e a FENPROF.


Confesso que a reacção
dos portugueses me causa grande espanto. Como é possível o silêncio que se gera à volta desta questão que deveria causar escândalo generalizado na nossa sociedade?
Os professores têm um sistema automático de progressão na carreira…
Os professores, por mais medíocres que possam ser no desempenho da sua função conseguem subir na hierarquia, subindo também o seu ordenado.
Os professores que não conseguirem colocação vão ter uma majoração de 0.5% ao ano… Nada mal, hein?
Os professores trabalham uma média de 22 horas semanais… se o amigo trabalhar no sector privado ou mesmo noutras áreas da função pública, estou certo que não tem este horário.
Os professores, a acrescer a tudo isto, têm ainda direito a um subsistema de saúde que custa milhões de euros ao erário público e que, nos cuidados de saúde, os torna em cidadãos de 1.ª categoria.
Isto, amigo leitor resume-se numa coisa: interesse corporativo colado à Coisa Pública como uma lapa que em nada ajuda o desenvolvimento do país. Bem engraçado seria se fosse assim em todas as outras profissões.

Os nossos professores pertencem a uma classe privilegiada que consegue manter as suas regalias independentemente da vontade da maioria dos portugueses – corporizada nos deputados – e cujo trabalho, não apresenta os resultados que seriam de esperar. Temos um ensino demasiado facilitista, em que não se premeia a excelência, e cujo output fica a anos-luz de muitos países da nossa U.E.

Do governo esperava-se mais coragem, da sociedade mais interesse, dos sindicatos mais vergonha, dos professores mais civismo, dos estudantes mais trabalho.
Posto isto, é preciso ter lata, não, mesmo muita lata para haver afirmações destas:
http://www.publico.clix.pt/Educação/enquanto-houver-quotas-nao-ha-paz-nas-escolas_1416983
.

Amigo leitor, lembra-se da antiga ministra? A senhora Maria de Lurdes Rodrigues? Sim? Pois é meu prazer informá-lo que essa distinta servidora da república já tem emprego/tacho. O nosso primeiro escolheu-a para a Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento… Menos um desempregado, só já faltam os outros 149.999…

Termino com uma palavra para o meu colega de blog: ó Dr. Carlos, eu não estou nada preocupado com as presidenciais. E julgo que também, vós aí na esquerda não vos deveis ainda preocupar… Falta mais de um ano para as eleições. Vá, pensai em coisas mais bonitas como reduzir o desemprego e deixai isso para daqui a um bocado…

2 comentários:

Joana Neves disse...

Isso da majoração de 0,5% é verdade??? ´
Quanto às 22h semanais não me parece que corresponda à realidade.

De qualquer maneira era preciso que me pagassem muito para dar aulas numa escola pública... A minha saúde mental tem um valor incalculável!

Helena disse...

As 22h não são verdade. Se me disseres que são 22h de tempos lectivos? Isso sim, é correcto. Mas os professores têm muito mais que fazer, actividades que lhes ocupam as tardes livres e os fins-de-semana, o que não acontece na maior parte das profissões.