A mais bela, a mais pura e a mais duradoura glória literária de prosa da blogosfera

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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Exceptio Veritas



Em Portugal, nesta data em que escrevo, ainda existe liberdade de expressão. Digo ainda porque segundo alegado pelo director do expresso, pressões para a limitar não faltam, mesmo junto das mais altas esferas do poder.
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Ontem ficamos a saber, nas palavras de Henrique Monteiro, director do Expresso que: "na noite de uma quinta para sexta-feira o senhor primeiro-ministro telefonou-me e pediu-me por tudo para não publicar uma notícia sobre a sua licenciatura”. Também foi apurado pelo Opinador que tal pressão não foi no sentido de esclarecer a situação (reputando-a como falsa) mas sim para impedir a sua divulgação.
É característico dos poderes mais autoritários adoptarem uma posição paternalista da opinião pública, tentando-a proteger de eventuais “contaminações”. Mas se aqui se poderá ainda descortinar algum mérito – nomeadamente no altruísmo do fim – nas pressões alegadamente levadas a cabo pelo primeiro-ministro mérito é coisa que não existe.
Com efeito, as pressões que aqui tratamos ocorreram aquando da publicação da história da licenciatura, sobejamente conhecida pelo leitor. Quis o chefe do nosso executivo proteger-nos de alguma coisa?
Pois no Opinador nós dizemos claramente: NÃO!
O senhor primeiro-ministro aplicou pressões sobre o director de um jornal para se proteger politicamente. Tal conduta é inaceitável.
Se fossemos um país civilizado – e não a piolheira que somos – haveria grupos de cidadãos indignados a manifestar-se e as instituições estariam a agir. Do Sr. Presidente da república, apenas ouvimos silêncio. O PS não se demarca deste caciquismo, apoiando cegamente o líder.
Este primeiro-ministro perdeu toda a credibilidade, mostrando que recorre a instrumentos menos éticos para cumprir a sua agenda. Se tiver ainda alguma dignidade, se não recusar taxativamente o que lhe é imputado numa comissão parlamentar de inquérito, só lhe resta uma solução – demitir-se. Não esperamos menos.
Aos nossos leitores, apenas pedimos o seguinte: quando for altura de novas eleições lembrem-se de tudo isto. Lembrem-se porque não sei até quando n’ Opinador e nos jornais haverá liberdade de expressão… A podridão vai alastrando.

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