A mais bela, a mais pura e a mais duradoura glória literária de prosa da blogosfera

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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Mais luz!

Estimado leitor,
Apresentamos, desde já, as nossas mais sinceras desculpas. Por vezes, a vida prega-nos partidas. E foi isso que essa malvada nos pregou. Em função da curteza de tempo que essa ignóbil nos vem dispensando, esta metade d'O Opinador de Veludo não tem tido a possibilidade de velar pelo nosso Portugal com o zelo que o leitor merece. Assim, e como o leitor não espera de nós senão uma análise atenciosa da vida do País durante uma semana não iremos meditar profundamente sobre o quotidiano. Não obstante, escolheremos a dedo algumas Obras de Arte que partilharemos com o leitor de forma a que a nossa presença física se mantenha de alguma maneira neste espaço. Para hoje optamos por uma relíquia da Ideia: Mais luz! de Antero de Quental.
Amem a noite os magros crapulosos,
E os que sonham com virgens impossíveis,
E os que se inclinam, mudos e impassiveis,
À borda dos abismos silenciosos...
Tu, lua, com teus raios vaporosos,
Cobre-os, tapa-os e torna-os insensíveis,
Tanto aos vícios cruéis e inextinguíveis,
Como aos longos cuidados dolorosos!
Eu amarei a santa madrugada,
E o meio-dia, em vida refervendo,
E a tarde rumorosa e repousada.
Viva e trabalhe em plena luz: depois,
Seja-me dado ainda ver, morrendo,
O claro sol, amigo dos heróis!

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