A mais bela, a mais pura e a mais duradoura glória literária de prosa da blogosfera

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terça-feira, 7 de setembro de 2010

Ventos de Espanha


Depois deste interregno de um mês, voltam os nossos posts ao Opinador. Esperámos que o amigo leitor tenha tido um descanso agradável e que, aquando das suas visitas a este espaço, tenha tido cuidado com eventuais derivas marxistas de alguns opinadores, perigo para o qual o alertámos.
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Dos muitos assuntos que havia para falar escolhemos para a nossa rentree a política internacional para não sermos acusados de sectarismo nem de caceteiros no Sr. Engenheiro – e acreditem, muito havia para cacetar!
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Foi com imenso agrado que soubemos através do El Mundo que a ETA se prepara para abandonar as acções armadas. Tal decisão não se deverá tanto a uma nova concepção da dignidade da pessoa humana – quer daquelas que connosco discordam quer daquelas que connosco concordam – mas antes à meritória acção das autoridades espanholas e ao fracasso da ETA. Aquela organização ainda mexe porque tem uma estrutura assente em células. Mas a direcção já não existe. Permita-nos esta piada: se até a GNR consegue descobrir Etarras e apreender-lhes os explosivos é porque aquele grupo terrorista estava de fraca saúde.

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Também não se pode deixar de fora a cooperação que existiu com as autoridades francesas que permitiram nos últimos anos decapitar por duas vezes a liderança daquele grupo terrorista.
Num período histórico de união política entre os povos da Europa, de estreitar de laços, de caminho para uma verdadeira federação, movimentos independentistas tornam-se anacrónicos e desajustados. Independência não é igual a autonomia… No caso Basco independência seria modelo de isolamento dada a matriz ideológica dos grupos independentistas. Se a ETA ganhasse teríamos um país-fóssil na Península Ibérica. A autonomia do país Basco, dentro de uma Espanha quase-federal e integrado numa União Europeia livre e fraterna é o único caminho.

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Não se engane o leitor pensando que a estabilidade de Espanha é um problema apenas espanhol. Numa altura em que precisamos desesperadamente de exportar o mercado espanhol é o caminho natural… Isto já para não falar dos trabalhadores que por lá continuam emagrecendo os nossos balofos números do desemprego.
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O fracasso independentista Basco permitirá um acalmar dos ânimos na Catalunha – onde se começou pela questão semântica de serem ou não Nação – e dá à Espanha um novo fôlego na sua sobrevivência enquanto entidade federativa, onde o Rei tem feito toda a diferença.
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Despedimo-nos com este convite à reflexão sobre o que a saúde da Espanha representa para Portugal e convidamos o leitor a ler o comunicado da ETA – trata-se de um documento histórico, acessível aqui.
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Até quinta!

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