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domingo, 7 de novembro de 2010

Boas notícias, Mundo!

Foi publicado o Relatório sobre o Desenvolvimento Humano 2010 no âmbito do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). E, a contrariar as tendências dos últimos tempos, este Relatório traz boas notícias.

Este Relatório conclui que o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) que combina a esperança média de vida com os progressos no domínio da instrução e com os níveis de rendimento das populações, aumentou 41% face a 1970, 18% em relação a 1990.

Analisemos então faseadamente. No tocante à esperança média de vida, nos Estados Árabes, esta aumentou 18 anos nos últimos 40 anos e 8 anos nos países da África Subsariana. Em termos mundiais, este indicador aumentou dos 59 para os 70 anos.

Em termos mundiais, muitas pessoas conseguiram também melhoramentos profundos em áreas importantes das suas vidas, sendo actualmente mais saudáveis, mais instruídas e possuindo um maior poder para eleger e fazer responsabilizar os seus governantes comparativamente ao que ocorria há 40 anos atrás, sustentam os responsáveis pela elaboração deste Relatório.

O PIB duplicou e as pessoas com a escolaridade mínima obrigatória passaram a representar 70% da população, contrariamente ao que sucedia em 1970, em que representavam apenas 55% da população.

As maiores diferenças no que ao IDH diz respeito foram registadas na China, Indonésia e Coreia do Sul, países com milagres de crescimento económico, o que aponta para a importância que o progresso nos domínios da saúde e da educação têm para o desenvolvimento humano, como já sabemos ainda que teimemos, sobretudo no tocante à educação, em relegá-la para segundo lugar no plano dos investimentos, dado que os resultados só são visíveis a longo prazo.

Relativamente ao índice da (des)igualdade de géneros, dá-se conta que esta ainda continua a constituir um dos grandes entraves ao IDH. Se é certo que o género feminino conseguiu uma forte afirnação nas últimas décadas, também se constata que as mulheres ainda não conseguiram alcançar a total equidade. Elas sofrem atitudes mais discriminatórias na saúde, na educação e no mercado laboral, sendo que nos países com uma forte desigualdade de género, mormente no Iémen, país que encabela esta lista, o desenvolvimento humano está desigualmente distribuído.

No nosso cantinho à beira-mar plantado, as notícias são boas e são más. Comecemos pelas boas, porque de más está o Inferno, desculpem, Portugal, cheio. Desde 1980 que o desenvolvimento humano no nosso país tem conhecido um crescendo. Portugal está mesmo entre os países onde melhor se vive, atento o agradável clima, a boa comida e as belas paisagens. Mas parecem ser apenas os estrangeiros a percepcionarem tudo isto, uma vez que os portugueses situam-se em antepenúltimo lugar no concernente aos níveis de felicidade (apenas os eslovacos e os estónios conseguem ser mais infelizes). Os indicadores da felicidade e bem-estar dos portugueses são baixos, mas isto parece dever-se ao seu estilo de vida. O nível de insatisfação deve-se ao elevado custo da habitação em Portugal, ao facto de termos a percentagem mais elevada no tocante ao número de crimes perpetrados e ainda ao défice patente não só nas contas públicas, mas também na formação dos portugueses. É que só 27,5% dos portugueses possuem o ensino secundário concluído. No que diz respeito à saúde, este sector, em Portugal, já apresenta bons resultados, porquanto existem 34 médicos e 35 camas por cada 100 mil doentes.

Apesar da Boa Nova trazida por este Relatório ao Mundo, este documento faz ainda um pequeno reparo quanto às alterações climáticas que começam a pautar o nosso Mundo, sendo que estas constituem o factor que mais perturbação traz ao futuro, podendo mesmo travar o progresso do desenvolvimento humano. Note-se que até em Portugal, país de clima temperado, os incêndios de 2003, 2005 e até mesmo do presente ano, a contrastar com os avolumados prejuízos das cheias dos últimos Invernos, já não são novidade e, segundo este Relatório sobre o IDH, 1560 portugueses por cada milhão de habitantes estão ou virão a estar sujeitos a intempéries.

A vida está má, está! Até para os marqueses!

Uma pequena nota só para dar conta de mais uma boa notícia para o Mundo: a melhor banda do Mundo e arredores vem a Portugal encerrar a Guimarães Capital da Cultura 2012. Para quem ainda não descortinou a que banda é que me estou a referir, clique no vídeo infra e delicie-se aveludadamente.


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