No dia de ontem, Nossa Sra. de Fátima revelou-se patrioticamente portuguesa.
Os juros da dívida pública portuguesa recuaram abruptamente e fartamente – após na quinta-feira terem atingido máximos históricos de 7,5%. No dia de ontem, segundo noticia o Jornal de Negócios, o juro da dívida pública portuguesa a 10 anos estava fixado nos 6,7%. É uma descida muito significava num espaço de tempo tão reduzido. Esta descida é muito importante – permite alargar um pouco mais o colarinho do pescoço, retirando alguma pressão sobre o Governo Português no sentido de recorrer ao Fundo de Emergência Europeu. Além do mais, estabelece-se uma ruptura com o movimento consistente de subida dos juros desde há duas semanas que os catapultara de 5,8& para 7,5% e que pareceria que apenas iria terminar com o recurso ao FMI. Se a descida é, de facto, positiva, ela não afasta ainda por completo o FMI da rota portuguesa – é uma descida importante para afastar as nuvens cinzentas que vinham carregando a paisagem portuguesa, mas o Sol está ainda longe de coar a sua luz por entre a escuridão. Em primeiro lugar, porque será necessário esperar por segunda-feira para verificar se o cenário de descida dos juros não se reverte. Em segundo lugar, e não obstante a descida, uma taxa de financiamento continua a ser insuportável no médio/longo prazo: tudo o que ela permite é financiar-se no curto prazo para que dias melhores cheguem.
E pensar que para tudo isso bastou uma declaração singela e conjunta dos Ministros das Finanças da Zona Euro, à margem da Cimeira do G-20. Mais uma vez a trapalhada, a hesitação e a tardia reacção europeia ficou cara em termos de financiamento: e se Portugal parece ter aliviado momentaneamente a pressão, já a Irlanda continua a ver os rumores sobre um possível pedido de ajuda se intensificarem. Como não gostamos de nos repetir – e de enfastiar o leitor -, diremos apenas que a medida proposta pela Sra. Merkel é positiva e inevitável, mas os seus contornos vagos e indefinidos, associados à conjectura revelaram-se desastrosos.
Por outro lado, a outra notícia radiante que marcou o dia de ontem foi o crescimento homólogo no 3.º trimestre da economia portuguesa de 1,5%. Não há como negar – é um crescimento surpreendente, mas muito positivo. Até mesmo para o PSD – o PCP, no entanto, discorda e acha que é um crescimento limitado e aponta como exemplo a sua querida China que cresce 10% ao ano. Para este crescimento contribuíram decisivamente as exportações. Ora, este Governo pode ser acusado de muita coisa – mas no incentivo que tem dado às exportações portugueses há que dizer que o trabalho de internacionalização e diversificação de mercados tem sido exemplar: o estreitamento de relações com outros países é fundamental. E o Governo tem dado passos nesse sentido. Só recentemente visitaram o nosso País o Presidente chinês, o Presidente venezuelano, ou o Presidente argelino; neste momento, José Sócrates está de visita a Macau e irá também encontrar-se com o seu homólogo chinês. Lord Nelson teve já oportunidade de ironizar sobre a recente visita do Presidente Chávez. Minudências à parte, os acordos comerciais concretizados com todos estes países possibilitam às empresas portuguesas oportunidades de investimento únicas. Concretamente com a Venezuela, o acordo com os Estaleiros de Viana do Castelo, com o grupo de construções Lena, com a JP-Sá Couto. Apesar da não concretização de alguns negócios, todos os restantes não podem ser ignorados, nem tão-pouco a estratégia deliberada que tem sido seguida neste campo. E não há apenas um esforço de internacionalização: a diversificação é tão importante quanto a internacionalização. Portugal não pode ficar refém de um único mercado e às suas contingências. Nesse sentido, neste trimestre, houve já uma recuperação das exportações para a zona euro, em particular, para a Alemanha e a Espanha, mas Portugal alarga os seus interesses estratégicos para outros mercados com elevado potencial e taxas de crescimento: América do Sul, África e agora Oriente. Numa altura em que tanto a Europa como os Estados Unidos enfrentam dificuldades, há que concentrar atenções sobre outros países que possibilitem um crescimento imediato.
É um crescimento importante sublinhamos, mas com um reparo – é que Portugal partiu em vantagem em relação aos seus parceiros europeus. É que enquanto a Europa está a passar por um Inverno de austeridade, Portugal tomou férias e foi a banhos: houve descontrolo da despesa pública e fraca consolidação orçamental, apenas maquilhada com o pó de arroz do fundo de pensões da PT. Logo, o potencial de crescimento é maior e toda a análise de fundo está inquinada à partida.
Os juros da dívida pública portuguesa recuaram abruptamente e fartamente – após na quinta-feira terem atingido máximos históricos de 7,5%. No dia de ontem, segundo noticia o Jornal de Negócios, o juro da dívida pública portuguesa a 10 anos estava fixado nos 6,7%. É uma descida muito significava num espaço de tempo tão reduzido. Esta descida é muito importante – permite alargar um pouco mais o colarinho do pescoço, retirando alguma pressão sobre o Governo Português no sentido de recorrer ao Fundo de Emergência Europeu. Além do mais, estabelece-se uma ruptura com o movimento consistente de subida dos juros desde há duas semanas que os catapultara de 5,8& para 7,5% e que pareceria que apenas iria terminar com o recurso ao FMI. Se a descida é, de facto, positiva, ela não afasta ainda por completo o FMI da rota portuguesa – é uma descida importante para afastar as nuvens cinzentas que vinham carregando a paisagem portuguesa, mas o Sol está ainda longe de coar a sua luz por entre a escuridão. Em primeiro lugar, porque será necessário esperar por segunda-feira para verificar se o cenário de descida dos juros não se reverte. Em segundo lugar, e não obstante a descida, uma taxa de financiamento continua a ser insuportável no médio/longo prazo: tudo o que ela permite é financiar-se no curto prazo para que dias melhores cheguem.
E pensar que para tudo isso bastou uma declaração singela e conjunta dos Ministros das Finanças da Zona Euro, à margem da Cimeira do G-20. Mais uma vez a trapalhada, a hesitação e a tardia reacção europeia ficou cara em termos de financiamento: e se Portugal parece ter aliviado momentaneamente a pressão, já a Irlanda continua a ver os rumores sobre um possível pedido de ajuda se intensificarem. Como não gostamos de nos repetir – e de enfastiar o leitor -, diremos apenas que a medida proposta pela Sra. Merkel é positiva e inevitável, mas os seus contornos vagos e indefinidos, associados à conjectura revelaram-se desastrosos.
Por outro lado, a outra notícia radiante que marcou o dia de ontem foi o crescimento homólogo no 3.º trimestre da economia portuguesa de 1,5%. Não há como negar – é um crescimento surpreendente, mas muito positivo. Até mesmo para o PSD – o PCP, no entanto, discorda e acha que é um crescimento limitado e aponta como exemplo a sua querida China que cresce 10% ao ano. Para este crescimento contribuíram decisivamente as exportações. Ora, este Governo pode ser acusado de muita coisa – mas no incentivo que tem dado às exportações portugueses há que dizer que o trabalho de internacionalização e diversificação de mercados tem sido exemplar: o estreitamento de relações com outros países é fundamental. E o Governo tem dado passos nesse sentido. Só recentemente visitaram o nosso País o Presidente chinês, o Presidente venezuelano, ou o Presidente argelino; neste momento, José Sócrates está de visita a Macau e irá também encontrar-se com o seu homólogo chinês. Lord Nelson teve já oportunidade de ironizar sobre a recente visita do Presidente Chávez. Minudências à parte, os acordos comerciais concretizados com todos estes países possibilitam às empresas portuguesas oportunidades de investimento únicas. Concretamente com a Venezuela, o acordo com os Estaleiros de Viana do Castelo, com o grupo de construções Lena, com a JP-Sá Couto. Apesar da não concretização de alguns negócios, todos os restantes não podem ser ignorados, nem tão-pouco a estratégia deliberada que tem sido seguida neste campo. E não há apenas um esforço de internacionalização: a diversificação é tão importante quanto a internacionalização. Portugal não pode ficar refém de um único mercado e às suas contingências. Nesse sentido, neste trimestre, houve já uma recuperação das exportações para a zona euro, em particular, para a Alemanha e a Espanha, mas Portugal alarga os seus interesses estratégicos para outros mercados com elevado potencial e taxas de crescimento: América do Sul, África e agora Oriente. Numa altura em que tanto a Europa como os Estados Unidos enfrentam dificuldades, há que concentrar atenções sobre outros países que possibilitem um crescimento imediato.
É um crescimento importante sublinhamos, mas com um reparo – é que Portugal partiu em vantagem em relação aos seus parceiros europeus. É que enquanto a Europa está a passar por um Inverno de austeridade, Portugal tomou férias e foi a banhos: houve descontrolo da despesa pública e fraca consolidação orçamental, apenas maquilhada com o pó de arroz do fundo de pensões da PT. Logo, o potencial de crescimento é maior e toda a análise de fundo está inquinada à partida.
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