Hoje, segunda-feira dia 22 de Novembro, inicia-se uma nova semana. Provavelmente uma menos atormentada por preocupações internacionais de relevo, como a manutenção da segurança de uma cimeira da NATO repleta de líderes mundiais, ou a bajulação a esses mesmos representantes que visitam o nosso país por umas míseras horas, ou a detenção de manifestantes que praticam actos pacíficos de expressão grupal ou, até, a concentração de mirones em todos os sítios de Lisboa onde se possa respirar um pouco de movimentação pré, pós ou durante cimeira. Vamos todos ter saudades dos espaços noticiosos dedicados às ruas cortadas da capital e respectiva reacção dos transeuntes, aos amantes de aviões que não arredaram pé das imediações do aeroporto enquanto não captaram imagens do Air Force One, aos desocupados que quiseram ver de perto/longe o Obama... Ahhh, jornalismo do bom...!
O que nos vale a todos, é que, uma das coisas que vai continuar a fazer parte do nosso dia-a-dia, pelo menos até data a definir, é a notícia que, a meu ver, foi a mais interessante e importante que qualquer cimeira da NATO que se pudesse realizar neste país e, à custa dela, quase passou despercebida. Leitores, pessoas em geral, preparem-se, porque o mundo vai parar uma vez mais: casamento real na Primavera!
O que será melhor para adormecer os espíritos atormentados pelas notícias tenebrosas sobre a crise e aquilo que vai sair dos bolsos dos cidadãos até sabe-se lá quando, do que um casamento aparentemente ideal e feliz?! Ainda por cima, um casamento real! Melhor do que isto eu digo-vos o que seria...um casamento real no Mosteiro dos Jerónimos, mas como a nossa realeza, ou espécie disso está já resolvida quanto a esse assunto (para mais esclarecimentos entrar em contacto com Lord Nelson, o nosso especialista nos assuntos da classe alta) e, daquilo que me apercebo, não temos príncipes jovens, bem sucedidos, charmosos e com idade para casar como o venerado Príncipe William, teremos de partilhar e acompanhar o entusiasmo do casamento real britânico.
Enquanto isso, por terras de Sua Majestade, o reboliço típico deste tipo de eventos começou a notar-se de imediato. Os londrinos já andam loucos atrás de pratos decorativos com a imagem do feliz casal impressa no fundo e as meninas, oh meus amigos, as meninas andam histéricas! Acabam de ver desfeitos os seus sonhos de, um dia, poderem cruzar olhares cobiçosos com o elemento mais sensual da família real, mas não faz mal, porque, para além de ainda haver mais um príncipe casadoiro disponível, decidiram render-se ao amor...agora, todas querem um anel igual ao da princesa, já que não podem esperar muito mais do que isso.
Eu, como amante das histórias felizes e idealista quanto à possibilidade de manutenção de um casamento bem sucedido nos nossos dias, pensei já em preparar o meu melhor modelito, comprar umas sandes e reservar, mal seja conhecida a data da boda, o voo para Londres, para celebrar e acompanhar de perto este marcante momento da história mundial.
Ao menos, por agora, teremos garantidos uns minutos dos jornais televisivos reservados a uma bonita história onde os protagonistas não são um casal de desempregados entre os 40 e os 50 anos cuja vida passou pela dedicação exclusiva a uma qualquer fábrica do norte no país que abriu falência no último mês e que, à custa disso, não auguram nada de positivo para os próximos tempos já que não podem contar com os apoios sociais em que, o nosso Primeiro, entretanto cortou prevendo apenas uma ida regular às instituições de solidariedade social que ainda têm condições para distribuir sopa pelos pobres.
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