Uma semana depois do Sr. Hosni Mubarak abandonar a Presidência do Egipto e transferir o poder para os militares, a revolta no mundo árabe continua. Novos focos de Revolução surgiam já quando a Revolução do Egipto dava os passos finais rumo ao triunfo, mas permaneciam secundarizadas pelo destaque dado à deposição do Sr. Mubarak.
Com efeito, o movimento democrático do mundo árabe sempre esteve presente, mas silenciado. Silenciado por regimes tirânicos e despóticos, cuja sobrevivência assentava nas suas guardas pretorianas e no desprezo do seu próprio povo entregue à ignorância, sem direito a educação. Hoje, o povo perdeu o medo e os jovens árabes, melhor formados, melhor educados, saem à rua para reivindicarem as suas aspirações.
Os protestos não se limitam ao Bahrein, à Líbia, ao Iémen, ao Irão – estendem-se a todo o mundo árabe. O derrube do regime de Mubarak foi uma vitória tremenda: um regime sólido, no poder há 30 anos, com aliados importantes e poderosos: porque não podem os outros países sonhar com um mesmo destino?
Os regimes autoritários aprenderam, no entanto, uma lição com a história tunisina e egípcia: imediatamente reprimem o movimento democrático que emerge pela força do Exército. Enquanto o Exército permanecer do lado do Poder e não das legítimas ambições do Povo, enquanto defender a sua rede de privilégios desprezando os direitos dos seus concidadãos, a revolução no mundo árabe poderá ser adiada, mas jamais eliminada.
Segunda-feira, a Revolução Verde de 2009 voltou a sair às ruas de Teerão. A dimensão dos protestos não foi clara: o regime de Ahmadinejad desvalorizou-os e a inexistência de imprensa estrangeira independente ou as graves limitações que lhe são impostas não permite retirar dados escrupulosos. Fala-se, porém, em cerca de 20 a 30 mil pessoas em diversas cidades do Irão. O regime através da Polícia impediu a liberdade de reunião dos cidadãos, controlando ruas e praças estratégicas de Teerão, limitando os transportes públicos, amedrontado pelos efeitos das revoluções tunisina e egípcia, e pelo Poder do Povo. No dia seguinte, no Parlamento iraniano, os deputados gritaram pela morte de Mousavi e de Karroubi. O uso de uma violenta repressão parece, porém, ter afastado os manifestantes da rua uma vez que entretanto não surgiram novos relatos de manifestações no Irão.
Com efeito, o movimento democrático do mundo árabe sempre esteve presente, mas silenciado. Silenciado por regimes tirânicos e despóticos, cuja sobrevivência assentava nas suas guardas pretorianas e no desprezo do seu próprio povo entregue à ignorância, sem direito a educação. Hoje, o povo perdeu o medo e os jovens árabes, melhor formados, melhor educados, saem à rua para reivindicarem as suas aspirações.
Os protestos não se limitam ao Bahrein, à Líbia, ao Iémen, ao Irão – estendem-se a todo o mundo árabe. O derrube do regime de Mubarak foi uma vitória tremenda: um regime sólido, no poder há 30 anos, com aliados importantes e poderosos: porque não podem os outros países sonhar com um mesmo destino?
Os regimes autoritários aprenderam, no entanto, uma lição com a história tunisina e egípcia: imediatamente reprimem o movimento democrático que emerge pela força do Exército. Enquanto o Exército permanecer do lado do Poder e não das legítimas ambições do Povo, enquanto defender a sua rede de privilégios desprezando os direitos dos seus concidadãos, a revolução no mundo árabe poderá ser adiada, mas jamais eliminada.
Segunda-feira, a Revolução Verde de 2009 voltou a sair às ruas de Teerão. A dimensão dos protestos não foi clara: o regime de Ahmadinejad desvalorizou-os e a inexistência de imprensa estrangeira independente ou as graves limitações que lhe são impostas não permite retirar dados escrupulosos. Fala-se, porém, em cerca de 20 a 30 mil pessoas em diversas cidades do Irão. O regime através da Polícia impediu a liberdade de reunião dos cidadãos, controlando ruas e praças estratégicas de Teerão, limitando os transportes públicos, amedrontado pelos efeitos das revoluções tunisina e egípcia, e pelo Poder do Povo. No dia seguinte, no Parlamento iraniano, os deputados gritaram pela morte de Mousavi e de Karroubi. O uso de uma violenta repressão parece, porém, ter afastado os manifestantes da rua uma vez que entretanto não surgiram novos relatos de manifestações no Irão.
No Bahrein, um centro bancário internacional importante, a violenta repressão que o regime do Rei Hamad bin Isa al-Khalifa usou sobre os manifestantes chocou. Há relatos de que a Polícia tem executado pessoas a sangue-frio, quando algemadas; os médicos que auxiliam os feridos são espancados; a população repelida através de fogo real. Também no Bahrein o exército e a polícia, compostos por mercenários vindos da Síria, da Jordânia, do Iémen, do Sudão ou mesmo do Iraque, desempenharão um papel fundamental. Ao contrário do que aconteceu no Egipto e na Tunísia, o exército e a polícia não mostrarão condescendência com o movimento popular, mesmo apesar da existência de uma oposição forte e organizada. De resto, os movimentos populares no Bahrein são frequentes, embora tenham conhecido agora novo fôlego com os recentes acontecimentos no mundo árabe. A repressão, no entanto, não afastou o povo das ruas que continua a expressar as suas aspirações pela democracia, pela melhoria das suas condições de vida, pelos seus direitos.
Na Líbia, o Sr. Qaddafi também se apressou a esmagar os levantamentos populares. A capital Tripoli permanece, para já, segura nas mãos do Governo. Mas a segunda maior cidade do País, Benghazi, conheceu fortes manifestações.
Os resultados destas manifestações permanecem ainda incertos. Mas a lealdade do Exército aos regimes e o pronto e fácil recurso a uma violência brutal pressagiam que a deposição dos Regimes no Irão, no Bahrein e na Líbia irão acontecer, mas talvez não no imediato. Será necessário que o movimento popular se organize, se solidifique, amadureça e se alastre às forças mais leais ao Regime para que então possa triunfar.
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