Eis-nos quase chegados a Agosto e às férias políticas. As declarações tradicionais de um Dr. João Jardim – este ano sozinho - na festa do Chão da Lagoa, marcaram já o início da silly season que se vai instalar no próximo mês: o vácuo político.
Como em qualquer fim ou início impõe-se reflexões e balanços, sendo que a este propósito para este propósito surgiu no passado fim-de-semana uma interessante sondagem cujos dados importa analisar – até porque é a primeira após a apresentação do projecto de revisão constitucional do PSD.
Segundo a sondagem realizada pela Intercampus para a TVI, se as eleições legislativas se realizassem agora o PSD ganharia com 39,2% seguido de um PS com 34,4%. As restantes forças políticas ficariam ordenadas pela seguinte ordem: PCP (9,5%), BE (9%) e CDS-PP (5,9%) de volta ao último lugar.)
Daqui resultam logo duas conclusões: o PSD ganha as eleições (com quase mais 5% dos votos) mas a direita não tem a maioria absoluta (teria 45,1%). Atendendo a que uma coligação BE-PCP-PS é coisa que estará muito longe de acontecer resta-nos o cenário de um governo minoritário de coligação PSD-CDS.
Atendendo às propostas que têm vindo a ser apresentadas e discutidas pelo PSD, governo minoritário é coisa que não serve – não se conseguirá liberalizar o país com o apoio da esquerda. Para o programa de Passos Coelho ser aplicado e produzir resultados é absolutamente necessária uma sólida maioria de direita na Assembleia: só assim poderão estar garantidas as condições de estabilidade que possam sustentar uma importante reforma do Estado e da Sociedade – que poderá ser a reforma mais importante do Portugal do pós revolução.
Obviamente que os números agora avançados se inserem num constante de crescimento por parte do PSD, motivo pelo qual acreditamos que uma maioria absoluta da direita será bem possível nas próximas legislativas. É necessário ter em atenção que a apresentação do projecto de revisão da Lei Fundamental poderá ter hostilizado alguns eleitores – mas aqui só há elogios à direcção do PSD. Temos – o que já não se via há muito tempo em Portugal – uma oposição construtiva, em que se discutem ideias e não caracteres. Mas mais: o PSD está a ser honesto, dando ao eleitorado os dados para uma decisão consciente: se o PSD ganhar toda a gente sabe o que aí virá.
Um outro dado interessante que resulta desta sondagem é este: os portugueses sentem-se mais próximos do PSD que do PS (29% contra 27,8%). Ora isto contraria necessariamente as afirmações que alguma esquerda tem vindo a promover, colando o PSD a uma espécie de direita ultra-liberal, importada dos Estados Unidos e sem qualquer implementação em Portugal. Pois bem, parece que não – o sentimento do povo não é esse.
E também podemos ver que o PSD não está a cair para a direita – ao levar mais de um terço dos votos torna-se necessário reformular o espectro político – não é o PSD que está a derivar para os confins da direita, são muitas excelências pardas que, mesmo vendo a falência de um modelo velho de 30 anos, se mantém coladas à esquerda – e cada vez mais aos confins da esquerda. PS e PSD estão no centro, diga o que se disser pois juntos têm mais de 70% dos votos. Os que por aqui não andam é que estão nas “bordas”.
Este resultado prova igualmente que o eleitorado não é tão imbecil como as vezes é julgado – nota-se aqui que as pessoas aderem a ideias construtivas, a alternativas conscientes e a debates civilizados. Os discursos catastróficos e do “bota-abaixismo” que inundava o PSD ainda há bem pouco tempo deram no que deram. Será condição essencial para a vitória da direita que o debate se mantenha assim – o PSD tem que se manter unido na sua diversidade e dialogante com o eleitorado. Não há políticas detentoras da verdade, há propostas apresentadas ao povo.
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Ah e verdade – o Prof. Cavaco também parece que será reeleito à primeira com 59,4% - desta vez mais à larga. Parece que a estratégia da esquerda de dividir para ganhar não está a resultar… O Dr. Alegre mal passa dos 25% (menos de metade).
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Bem sabemos que sondagens são sondagens. Mas sempre é um cenário animador para irmos de férias – pelo menos alguns de nós! Ainda não chega mas estamos no bom caminho!
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