Sua Excelência, o Dr. Adriano Rafael Moreira, excelso deputado do PSD foi, nesta semana, notícia do “Expresso”. Queira o estimado leitor saber o motivo:
“Adriano Rafael Moreira é um dos subscritores de um requerimento enviado por deputados do PSD ao Governo questionando os elevados salários pagos nas sete empresas públicas tuteladas pelo Ministério das Obras Públicas, nomeadamente na REFER”.
Pois quê? Existem altos quadros na administração das empresas públicas que auferem salários elevadíssimos quando as mesmas as empresas, em sentido inverso, se encontram depauperadas financeiramente, nomeadamente a REFER? Receiem, vilões!...A Assembleia da República tem em sua excelência, o Dr. Adriano Rafael Moreira, um Homem que zela pelo interesse público!...
No entanto, o mesmo “Expresso” adianta o seguinte:
“Mas o mesmo Adriano Moreira foi, até 2009, consultor da REFER, com um vencimento mensal superior às remunerações médias que agora critica”.
Este facto consta da resposta que o gabinete do Ministro das Obras Públicas enviou ao Sr. Deputado Adriano Moreira. Sua excelência, em contrapartida, face à invulgaridade da informação contida na resposta ao seu requerimento, obstou do seguinte modo:
- A inclusão do meu caso pessoal numa resposta oficial foi uma tentativa da REFER para me amordaçar, para que não levantássemos o problema.
Não, V. Ex.ª, não…Com efeito, não…De facto, não se trata de uma mordaça. Note V. Ex.ª que se trata, na verdade, dum freio – entendemos a confusão do Sr. Deputado uma vez que ambos os utensílios se destinam à boca de V. Ex.ª. Não obstante, o utensílio correcto não se destina a reprimir, mas sim a governar o Sr. Doutor. Neste caso, o Ministério das Obras Públicas assumindo o galope de V. Ex.ª e, ao segurar o freio, está querendo comunicar o seguinte:
- Eh, Trovão!...Acusar os outros de esbanjar dinheiro quando tu mesmo o fazes é feio!...Mau menino!...Mau cavalo!...
Escuta-se, então, um relincho dolente….Em seguida, no entanto, observando a expressão carrancuda do Trovão, o Gabinete do Ministro das Obras Públicas, repassa, carinhosamente, a mão pelo dorso, pela crina de V. Ex.ª, e, suavemente, reconforta-o.
Não, Sr. Deputado. O lugar de Sua Excelência não é na Assembleia da República – o lugar de V. Ex.ª é na Feira Nacional do Cavalo, na Golegã. Nesse pitoresco local, veríamos V. Ex.ª participar no Concurso Especial de Salto de Obstáculos. Com certeza, por essa altura, e nesse concurso, sem freio, o Sr. Deputado se terá desviado, com elegância, com classe, troteando por entre as barreiras, com a bonita crina voando ao vento, V. Ex.ª terá chegado à REFER onde auferia a singela quantia de 6850€.
Ora, queira V. Ex.ª notar que o Super Saver, o vencedor do Kentucky Derby no ano presente não deverá ter sido presenteado com as mesmas condições que o Sr. Deputado. E são cavalos de puro-sangue inglês, Sr. Deputado!...E, contudo, não, Sr. Deputado! Não nos apelide de párias. Nós apreciamos, igualmente, o cavalo lusitano…
O Estado é, nos tempos que correm, literalmente, um estábulo. Um estábulo onde se encontram diversas cavalgaduras que se deliciam na manjedoura – o Estado. Existem dois estábulos principais – um à esquerda, outro à direita. Desde cedo, o jovem político, o potro, ambiciona ser um cavalo de pleno direito, com o seu próprio espaço no estábulo, comendo à conta pública. Os sucessivos líderes dos partidos necessitam destes jovens potros no seu caminho de ascensão ao poder. E em troca do poder, o então líder confere ao jovem potro a oportunidade de ser cavalo.
Este tem sido o ciclo sucessivo do parlamentarismo português. Sem qualquer tipo de direcção firme, o sistema partidário atrofia e está condenado a um só destino – a dissolução. Os dois estábulos defendem os seus interesses, alternadamente – nenhum tem coragem de colocar termo ao estábulo do outro. Através desta política de estábulo e de complacência, o cavalo, pelo seu estrume, fecunda a terra que se torna fecunda para o cavalo que irá suceder no seu lugar. Ora, esta política pode ser fértil ao cavalo parlamentar mas, convenhamos, é, literalmente e não metaforicamente, estrumosa para o País. È, então, pelo mais alto desígnio nacional que vimos, por este meio, apelar não a uma política de estrado, mas a uma verdadeira política de púlpito.
Por fim, a todos os nossos leitores, um conselho – não coloquem o vosso dinheiro no BES: os feelings deles são uma treta.
“Adriano Rafael Moreira é um dos subscritores de um requerimento enviado por deputados do PSD ao Governo questionando os elevados salários pagos nas sete empresas públicas tuteladas pelo Ministério das Obras Públicas, nomeadamente na REFER”.
Pois quê? Existem altos quadros na administração das empresas públicas que auferem salários elevadíssimos quando as mesmas as empresas, em sentido inverso, se encontram depauperadas financeiramente, nomeadamente a REFER? Receiem, vilões!...A Assembleia da República tem em sua excelência, o Dr. Adriano Rafael Moreira, um Homem que zela pelo interesse público!...
No entanto, o mesmo “Expresso” adianta o seguinte:
“Mas o mesmo Adriano Moreira foi, até 2009, consultor da REFER, com um vencimento mensal superior às remunerações médias que agora critica”.
Este facto consta da resposta que o gabinete do Ministro das Obras Públicas enviou ao Sr. Deputado Adriano Moreira. Sua excelência, em contrapartida, face à invulgaridade da informação contida na resposta ao seu requerimento, obstou do seguinte modo:
- A inclusão do meu caso pessoal numa resposta oficial foi uma tentativa da REFER para me amordaçar, para que não levantássemos o problema.
Não, V. Ex.ª, não…Com efeito, não…De facto, não se trata de uma mordaça. Note V. Ex.ª que se trata, na verdade, dum freio – entendemos a confusão do Sr. Deputado uma vez que ambos os utensílios se destinam à boca de V. Ex.ª. Não obstante, o utensílio correcto não se destina a reprimir, mas sim a governar o Sr. Doutor. Neste caso, o Ministério das Obras Públicas assumindo o galope de V. Ex.ª e, ao segurar o freio, está querendo comunicar o seguinte:
- Eh, Trovão!...Acusar os outros de esbanjar dinheiro quando tu mesmo o fazes é feio!...Mau menino!...Mau cavalo!...
Escuta-se, então, um relincho dolente….Em seguida, no entanto, observando a expressão carrancuda do Trovão, o Gabinete do Ministro das Obras Públicas, repassa, carinhosamente, a mão pelo dorso, pela crina de V. Ex.ª, e, suavemente, reconforta-o.
Não, Sr. Deputado. O lugar de Sua Excelência não é na Assembleia da República – o lugar de V. Ex.ª é na Feira Nacional do Cavalo, na Golegã. Nesse pitoresco local, veríamos V. Ex.ª participar no Concurso Especial de Salto de Obstáculos. Com certeza, por essa altura, e nesse concurso, sem freio, o Sr. Deputado se terá desviado, com elegância, com classe, troteando por entre as barreiras, com a bonita crina voando ao vento, V. Ex.ª terá chegado à REFER onde auferia a singela quantia de 6850€.
Ora, queira V. Ex.ª notar que o Super Saver, o vencedor do Kentucky Derby no ano presente não deverá ter sido presenteado com as mesmas condições que o Sr. Deputado. E são cavalos de puro-sangue inglês, Sr. Deputado!...E, contudo, não, Sr. Deputado! Não nos apelide de párias. Nós apreciamos, igualmente, o cavalo lusitano…
O Estado é, nos tempos que correm, literalmente, um estábulo. Um estábulo onde se encontram diversas cavalgaduras que se deliciam na manjedoura – o Estado. Existem dois estábulos principais – um à esquerda, outro à direita. Desde cedo, o jovem político, o potro, ambiciona ser um cavalo de pleno direito, com o seu próprio espaço no estábulo, comendo à conta pública. Os sucessivos líderes dos partidos necessitam destes jovens potros no seu caminho de ascensão ao poder. E em troca do poder, o então líder confere ao jovem potro a oportunidade de ser cavalo.
Este tem sido o ciclo sucessivo do parlamentarismo português. Sem qualquer tipo de direcção firme, o sistema partidário atrofia e está condenado a um só destino – a dissolução. Os dois estábulos defendem os seus interesses, alternadamente – nenhum tem coragem de colocar termo ao estábulo do outro. Através desta política de estábulo e de complacência, o cavalo, pelo seu estrume, fecunda a terra que se torna fecunda para o cavalo que irá suceder no seu lugar. Ora, esta política pode ser fértil ao cavalo parlamentar mas, convenhamos, é, literalmente e não metaforicamente, estrumosa para o País. È, então, pelo mais alto desígnio nacional que vimos, por este meio, apelar não a uma política de estrado, mas a uma verdadeira política de púlpito.
Por fim, a todos os nossos leitores, um conselho – não coloquem o vosso dinheiro no BES: os feelings deles são uma treta.
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