A mais bela, a mais pura e a mais duradoura glória literária de prosa da blogosfera

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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Moratória negocial


Calma, Odete! O Alentejo ainda há-de ser nosso, outra vez…


Ontem, inesperadamente romperam as negociações do OE2011. Eduardo Catroga e a sua equipa abandonaram Teixeira dos Santos, acusando-o de inflexibilidade.


Todo o país está em sobressalto pesando já na chegada dos cavaleiros do apocalipse… Estes viriam por causa dos 230 milhões de euros de desacordo. O Presidente convoca Conselho de Estado, no Caldas (CDS) dão cabeçadas na parede por se terem retirado cedo de mais da cena e perderem a oportunidade de aparecer como salvadores da Pátria, o PCP olha com desdém para o capital, o BE fala mas já ninguém liga… Velhas choram, cães uiva, crianças gritam… Parece o fim! Só há humor lá fora – Portugal na figura de palhaço que não se entende por uns trocos.


É neste cenário que vimos, trazendo a luz (e não se façam analogias com Lúcifer, por favor) junto do leitor!
Mercados acalmai-vos! Velhas limpem as lágrimas, cães e crianças calem-se! Eleitores – sosseguem! Não cremos que o Orçamento esteja em perigo. O PSD não vai fazer cair o Governo provocando uma crise que só servirá para vitimizar o actual PM.


A estratégia do PSD parece-nos a, politicamente, mais acertada – dramatiza o OE2011, forçando o PS. E aqui ou o PS abre e a vitória é do PSD que conseguiu domar a besta (data vénia) ou mantém a intransigência e o PSD vai-se abster: a actual presidência do partido já mostrou colocar os interesses nacionais à frente da sua própria agenda política (PEC’ s).
E ao abster-se o OE2011 desce para discussão na especialidade – e aí pode ser desvirtualizado com acordos de convergência com outras forças políticas! Consegue-se assim manter o actual PM no cargo onde não se pode fazer de vítima e evitar responder pelos seus actos e, ao mesmo tempo, remediar os efeitos deste OE.


Esta é a nossa perspectiva – nada está perdido. Agora a política nacional começa a tornar-se interessante…
É certo que os juros da dívida pública têm estado a subir pois os investidores começam a recear Portugal – que ainda pode aguentar uns dias sem emitir nova dívida e assim esperar acordos mais favoráveis.

Apesar de tudo o descaramento reina – Jorge Lacão (alguém me explica o que ele esteve a fazer nas reuniões? Era o controleiro do engenheiro?) diz que Sócrates não tem duas palavras! Não tem? Pois deve ter mais… Este PM faz carreira na arte do aldrabar. Daí que declarações destas sejam tristes… Tristes para o próprio que revela não ter coluna vertebral e tristes para os eleitores que constatam passar uma imagem de imbecis! O que o engenheiro diz não se escreve… Não damos um cêntimo a qualquer promessa que faça!

Antes de terminar, gostaria de chamar a atenção do benévolo leitor para duas situações: primeiro a UGT anuncia uma greve geral por causa do Orçamento… Depois quando o OE vê a sua existência em perigo, vem apelar ao entendimento, mas mantendo a greve! O sindicalismo português conhece uma lógica que nos ultrapassa…
Outra curiosidade é a posição de Manuel Alegre que por um lado diz que «como membro do Conselho de Estado», terá «sentido de Estado» e irá procurar dar a sua «contribuição para que se evite que o país, em cima de uma grave crise financeira, venha a ter uma crise política». Por outro afirma que «O que me preocupa não é o desfecho [do OE2011] é a situação do país e dos mais débeis, os portugueses é que vão sofrer com ou sem acordo”. Presidenciável sem dúvida!

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