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Para o nosso último post semanal escolhemos um tópico diferente do habitual e bastante explosivo, pelo menos assim o julgamos: trata-se da posição da Igreja Católica quanto ao uso do preservativo.
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Em vésperas da visita papal muito se tem falado do assunto, tendo inclusive surgido plataformas cívicas que promoverão – segundo veiculado por órgãos de comunicação social – a distribuição gratuita de preservativos aquando daquela visita. Também nós queremos dar a nossa opinião – não quanto ao mérito ou ao demérito desse método anti-conceptivo, mas sim quanto ao mérito ou demérito da posição da igreja quanto a esse método.
Em vésperas da visita papal muito se tem falado do assunto, tendo inclusive surgido plataformas cívicas que promoverão – segundo veiculado por órgãos de comunicação social – a distribuição gratuita de preservativos aquando daquela visita. Também nós queremos dar a nossa opinião – não quanto ao mérito ou ao demérito desse método anti-conceptivo, mas sim quanto ao mérito ou demérito da posição da igreja quanto a esse método.
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Exceptuando a Santa Sé nos 0,44 km2 do Vaticano, não existe nos nossos dias nenhuma teocracia de inspiração católica; nem nenhum tribunal do santo ofício mantém as suas portas abertas – queremos com isto chegar à conclusão que as tomadas de posição da igreja católica não se encontram revestidas de nenhum carácter imperativo, sendo o respeito pelas suas directivas de carácter facultativo.
Exceptuando a Santa Sé nos 0,44 km2 do Vaticano, não existe nos nossos dias nenhuma teocracia de inspiração católica; nem nenhum tribunal do santo ofício mantém as suas portas abertas – queremos com isto chegar à conclusão que as tomadas de posição da igreja católica não se encontram revestidas de nenhum carácter imperativo, sendo o respeito pelas suas directivas de carácter facultativo.
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É certo que mesmo entre os católicos as opiniões divergem relativamente à proibição do uso do preservativo. Abstendo-nos de entrar em querelas internas, afirmamos apenas que ambas as posições nos parecem defensáveis à luz das Sagradas Escrituras que são omissas quanto ao tema (apesar de se procurarem analogias com o onanismo).
É certo que mesmo entre os católicos as opiniões divergem relativamente à proibição do uso do preservativo. Abstendo-nos de entrar em querelas internas, afirmamos apenas que ambas as posições nos parecem defensáveis à luz das Sagradas Escrituras que são omissas quanto ao tema (apesar de se procurarem analogias com o onanismo).
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Da mesma forma que a Bíblia é silenciosa, também não existe uma doutrina oficial sobre o uso do preservativo na Igreja Católica – ao contrário do que nos é muitas vezes vendido. A coisa é mais ou menos assim:
Da mesma forma que a Bíblia é silenciosa, também não existe uma doutrina oficial sobre o uso do preservativo na Igreja Católica – ao contrário do que nos é muitas vezes vendido. A coisa é mais ou menos assim:
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Ponto 1: a objecção ao uso do preservativo não se baseia na teologia católica, nem sequer existe uma tese oficial sobre a moralidade do seu uso para combater as doenças sexualmente transmitidas - a condenação só é clara se usado para evitar a gravidez.
Ponto 1: a objecção ao uso do preservativo não se baseia na teologia católica, nem sequer existe uma tese oficial sobre a moralidade do seu uso para combater as doenças sexualmente transmitidas - a condenação só é clara se usado para evitar a gravidez.
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Ponto 2: Em 2006, o Papa encomendou um estudo sobre o tema a vários teólogos e cientistas tendo-se chegado à conclusão que o uso do preservativo seria legítimo nas relações sexuais de casais unidos pelo matrimónio em que um dos quais fosse seropositivo (vejam-se as declarações do Cardeal Javier Lozano Barragan).
Ponto 2: Em 2006, o Papa encomendou um estudo sobre o tema a vários teólogos e cientistas tendo-se chegado à conclusão que o uso do preservativo seria legítimo nas relações sexuais de casais unidos pelo matrimónio em que um dos quais fosse seropositivo (vejam-se as declarações do Cardeal Javier Lozano Barragan).
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Ponto 3: A recusa deste método para evitar o contágio é justificada pela sua suposta ineficácia. A Igreja Católica garante que o preservativo nem sempre evita a transmissão do VIH, pelo que defender o seu uso é enganador: estimula a fornicação, desvirtuando o papel do sexo previsto na doutrina, sem proteger da doença.
Ponto 3: A recusa deste método para evitar o contágio é justificada pela sua suposta ineficácia. A Igreja Católica garante que o preservativo nem sempre evita a transmissão do VIH, pelo que defender o seu uso é enganador: estimula a fornicação, desvirtuando o papel do sexo previsto na doutrina, sem proteger da doença.
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Após a leitura destes pontos diga-nos o leitor se considera tal posição da Igreja um diktat cego e disciplinador. É certo que podemos julgar a justificação avançada pela Igreja para não advogar o uso do preservativo como inadequada – mas isso só prova uma coisa: que mesmo os católicos não se encontram vinculados à observância daquele preceito sob pena da excomunhão. É um entendimento, nada mais.
Após a leitura destes pontos diga-nos o leitor se considera tal posição da Igreja um diktat cego e disciplinador. É certo que podemos julgar a justificação avançada pela Igreja para não advogar o uso do preservativo como inadequada – mas isso só prova uma coisa: que mesmo os católicos não se encontram vinculados à observância daquele preceito sob pena da excomunhão. É um entendimento, nada mais.
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Esta questão, especialmente nas abordagens main stream aparece sempre colorida com as tintas do politicamente correcto. Estranhamos o motivo pelo qual a Igreja Católica é sempre a visada, quando há muitas outras organizações religiosas – muitas delas em crescimento no nosso país – que possuem uma posição idêntica. Nunca ouvimos críticas a estas nem conhecemos acções de sensibilização junto das suas cerimónias. Estranhamos tal lacuna nos críticos.
Esta questão, especialmente nas abordagens main stream aparece sempre colorida com as tintas do politicamente correcto. Estranhamos o motivo pelo qual a Igreja Católica é sempre a visada, quando há muitas outras organizações religiosas – muitas delas em crescimento no nosso país – que possuem uma posição idêntica. Nunca ouvimos críticas a estas nem conhecemos acções de sensibilização junto das suas cerimónias. Estranhamos tal lacuna nos críticos.
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Concluímos assim que é perfeitamente natural que uma organização particular tenha um qualquer entendimento relativamente a esta questão – e o divulgue. Somos da posição que a crítica das posições oficiais da Igreja devem ocorrer dentro do seu rebanho, dado a Igreja representar apenas os seus crentes, especialmente nestas questões práticas onde não existe doutrina teológica, podendo pois haver um largo espaço de debate.
Concluímos assim que é perfeitamente natural que uma organização particular tenha um qualquer entendimento relativamente a esta questão – e o divulgue. Somos da posição que a crítica das posições oficiais da Igreja devem ocorrer dentro do seu rebanho, dado a Igreja representar apenas os seus crentes, especialmente nestas questões práticas onde não existe doutrina teológica, podendo pois haver um largo espaço de debate.
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É óbvio que reconhecemos que as acções de sensibilização que falamos no início deste post se inserem nos direitos, liberdades e garantias constitucionais. Mas não é por as julgarmos lícitas que as julgamos adequadas – é nosso entendimento que tais plataformas estão erradas na sua contestação às posições de entidades privadas. O combate à SIDA passa por educação sexual e não pelo ataque, muito fashion actualmente, à Igreja. Querer incutir uma posição nossa a outra pessoa não nos parece nada democrático. Se uma entidade privada tem determinada posição e com ela não concordamos, parece-nos que o caminho é demarcamo-nos dela, afastando-nos, e não procurar obrigar a que tomem a nossa posição.
É óbvio que reconhecemos que as acções de sensibilização que falamos no início deste post se inserem nos direitos, liberdades e garantias constitucionais. Mas não é por as julgarmos lícitas que as julgamos adequadas – é nosso entendimento que tais plataformas estão erradas na sua contestação às posições de entidades privadas. O combate à SIDA passa por educação sexual e não pelo ataque, muito fashion actualmente, à Igreja. Querer incutir uma posição nossa a outra pessoa não nos parece nada democrático. Se uma entidade privada tem determinada posição e com ela não concordamos, parece-nos que o caminho é demarcamo-nos dela, afastando-nos, e não procurar obrigar a que tomem a nossa posição.
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Esperamos ter abordado o assunto ao nível dos posts d’ Opinador – nada de populismos ou ressabiamentos contra plataformas cívicas ou igrejas. Cada um com a sua e nós com a nossa. Temos dito!
Esperamos ter abordado o assunto ao nível dos posts d’ Opinador – nada de populismos ou ressabiamentos contra plataformas cívicas ou igrejas. Cada um com a sua e nós com a nossa. Temos dito!
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