Caro leitor,
Ultrajados! Ultrajados!, é assim que nos sentimos! Insultados! A injúria! A afronta! O desplante! Uma Maria vai com todas?! Repetimos – “uma Maria vai com todas”?! Foi assim que nos apelidaram? Estimado leitor, apenas vemos uma solução para este problema – desde já, publicamente, desafiamos Lord Nelson para um duelo de espadas: até à morte! Veremos se esse aristocrata será o bom espadachim que o título sugere…Queremos ver a agilidade e a rapidez da sua estocada! Mas Lord Nelson, escute! Nós lemos as tragédias de Shakespeare! Sabemos que Tebaldo assassinou Mercucio, que Romeu assassinou Tebaldo, que Romeu assassinou Páris…Somos, portanto, versados na esgrima…Ou sua excelência prefere um duelo de pistolas? A dez passos? Que sua excelência escolha! Nós não receámos! A honra exige que injúria seja retratada! Hoje ainda mesmo espere sua excelência os meus padrinhos na sua residência! Se sua excelência é um homem de honra, por certo, não se irá acobardar.
Dito isto, caro leitor, no dia de hoje, desenhamos planos com vista a destruir uma eventual contra-argumentação de Lord Nelson no seu “O Estranho Caso do Dr. X”. No entanto, nele nada descortinamos, que valha a pena ser rebatido. Lord Nelson recorre à estatística – e nós gostamos de recorrer às palavras e, consequentemente, às ideias para defender, acerrimamente, posições.
Feito, igualmente, este esclarecimento, avançamos directamente para o nosso assunto de hoje – assunto igualmente tenebroso e de morte. Logicamente, estimado leitor, esse assunto tenebroso e lúgubre é Portugal. Enquanto a comunicação social se entretém a noticiar a actividade vulcânica outra coisa vai, lentamente, ardendo, nas fumaceiras do Inferno – o nosso País. O Relatório Semestral sobre Estabilidade Financeira do FMI veio colocar Portugal numa posição relativamente idêntica à Grécia – “Portugal é colocado pelo Fundo como o segundo país que mais contribui actualmente para a probabilidade de ocorrência de perturbações graves na zona euro. O contributo português é de 18 por cento, um valor que não fica longe dos 21,4 por cento da Grécia e que fica bastante acima dos 12,7 por cento da Espanha, o terceiro país que mais preocupa o FMI”, noticia o Público de hoje. Ontem, o Jornal de Negócios interrogava-se da possibilidade Portugal sair do euro. Economistas como Simon Johnson, Nouriel Roubini, Joseph Stiglitz apontam cenários negros a Portugal. Enquanto isso, o Governo continua a dizer que Portugal não é a Grécia e esconjura esses economistas. Simon Johnson, antigo economista-chefe do FMI, é vingativo – uma vez que já não se encontra a trabalhar no FMI, pelo simples prazer de contrariar o seu antigo patrão, contradi-lo. Quanto a Nouriel Roubini e a Joseph Stigtlitz, não passam de uns invejosos – é o pecado mortal da cobiça, esse sacana do dólar!, do sucesso do euro.
Onde reside, então, a verdade? Sobre esta questão, já dizia o sábio – “A virtude está no meio”.
Por um lado, é verdade que Portugal tem problemas estruturais. Numa fase, em que os mercados se concentram nas debilidades orçamentais, Portugal e Grécia apresentam fortes dificuldades. Mas então e a Espanha, cujo défice anda entre os 11 e os 12%, em situação mais grave que os 9,4% portugueses? E a Irlanda cujos valores são semelhantes e que ainda recentemente teve necessidade de empreender novas ajudas ao sector da banca? Se é verdade que Portugal tem conhecidos problemas estruturais, não deixa também de ser verdade que há uma dose elevada de loucura nos mercados. E uma loucura consciente. Com efeito, a mesma atitude irresponsável no período anterior à eclosão da Crise Mundial continua visível – os especuladores continuam os seus banquetes: uma nova reforma do sistema financeiro e económico urge. Com isto, reafirmamos que Portugal mantém problemas graves – o fraco crescimento económico, o elevado endividamento externo, a fraca taxa de poupança, a perda de competitividade, um défice público elevado. Tudo isso são factos. E são factos nos quais o PEC não se preocupou, nitidamente, em resolver, excepto o problema do défice público que se pretende reduzir para 3% em 2013. Mas tal não é suficiente. As medidas adoptadas do lado da redução da despesa são insuficientes. E as medidas adoptadas pelo lado da receita pecam por serem escassas no que toca a uma ideia de crescimento económico. O Governo deve promover medidas que resolvam os problemas estruturais da economia e que permitam que ela cresça de uma forma sustentada. E desde 27 de Setembro, altura em que foi reconduzido no Governo pelos portugueses, o PS recostou-se na poltrona governativa, e receosa de eleições a curto prazo, deu-se ao luxo de tirar ares. Acontece, porém, que os tempos que correm, não são tomar ares – são de fazer alguma coisinha. E é bom que o Governo repense o PEC por sua livre e espontânea vontade, antes que alguém nos obrigue a repensar por nós.
Ultrajados! Ultrajados!, é assim que nos sentimos! Insultados! A injúria! A afronta! O desplante! Uma Maria vai com todas?! Repetimos – “uma Maria vai com todas”?! Foi assim que nos apelidaram? Estimado leitor, apenas vemos uma solução para este problema – desde já, publicamente, desafiamos Lord Nelson para um duelo de espadas: até à morte! Veremos se esse aristocrata será o bom espadachim que o título sugere…Queremos ver a agilidade e a rapidez da sua estocada! Mas Lord Nelson, escute! Nós lemos as tragédias de Shakespeare! Sabemos que Tebaldo assassinou Mercucio, que Romeu assassinou Tebaldo, que Romeu assassinou Páris…Somos, portanto, versados na esgrima…Ou sua excelência prefere um duelo de pistolas? A dez passos? Que sua excelência escolha! Nós não receámos! A honra exige que injúria seja retratada! Hoje ainda mesmo espere sua excelência os meus padrinhos na sua residência! Se sua excelência é um homem de honra, por certo, não se irá acobardar.
Dito isto, caro leitor, no dia de hoje, desenhamos planos com vista a destruir uma eventual contra-argumentação de Lord Nelson no seu “O Estranho Caso do Dr. X”. No entanto, nele nada descortinamos, que valha a pena ser rebatido. Lord Nelson recorre à estatística – e nós gostamos de recorrer às palavras e, consequentemente, às ideias para defender, acerrimamente, posições.
Feito, igualmente, este esclarecimento, avançamos directamente para o nosso assunto de hoje – assunto igualmente tenebroso e de morte. Logicamente, estimado leitor, esse assunto tenebroso e lúgubre é Portugal. Enquanto a comunicação social se entretém a noticiar a actividade vulcânica outra coisa vai, lentamente, ardendo, nas fumaceiras do Inferno – o nosso País. O Relatório Semestral sobre Estabilidade Financeira do FMI veio colocar Portugal numa posição relativamente idêntica à Grécia – “Portugal é colocado pelo Fundo como o segundo país que mais contribui actualmente para a probabilidade de ocorrência de perturbações graves na zona euro. O contributo português é de 18 por cento, um valor que não fica longe dos 21,4 por cento da Grécia e que fica bastante acima dos 12,7 por cento da Espanha, o terceiro país que mais preocupa o FMI”, noticia o Público de hoje. Ontem, o Jornal de Negócios interrogava-se da possibilidade Portugal sair do euro. Economistas como Simon Johnson, Nouriel Roubini, Joseph Stiglitz apontam cenários negros a Portugal. Enquanto isso, o Governo continua a dizer que Portugal não é a Grécia e esconjura esses economistas. Simon Johnson, antigo economista-chefe do FMI, é vingativo – uma vez que já não se encontra a trabalhar no FMI, pelo simples prazer de contrariar o seu antigo patrão, contradi-lo. Quanto a Nouriel Roubini e a Joseph Stigtlitz, não passam de uns invejosos – é o pecado mortal da cobiça, esse sacana do dólar!, do sucesso do euro.
Onde reside, então, a verdade? Sobre esta questão, já dizia o sábio – “A virtude está no meio”.
Por um lado, é verdade que Portugal tem problemas estruturais. Numa fase, em que os mercados se concentram nas debilidades orçamentais, Portugal e Grécia apresentam fortes dificuldades. Mas então e a Espanha, cujo défice anda entre os 11 e os 12%, em situação mais grave que os 9,4% portugueses? E a Irlanda cujos valores são semelhantes e que ainda recentemente teve necessidade de empreender novas ajudas ao sector da banca? Se é verdade que Portugal tem conhecidos problemas estruturais, não deixa também de ser verdade que há uma dose elevada de loucura nos mercados. E uma loucura consciente. Com efeito, a mesma atitude irresponsável no período anterior à eclosão da Crise Mundial continua visível – os especuladores continuam os seus banquetes: uma nova reforma do sistema financeiro e económico urge. Com isto, reafirmamos que Portugal mantém problemas graves – o fraco crescimento económico, o elevado endividamento externo, a fraca taxa de poupança, a perda de competitividade, um défice público elevado. Tudo isso são factos. E são factos nos quais o PEC não se preocupou, nitidamente, em resolver, excepto o problema do défice público que se pretende reduzir para 3% em 2013. Mas tal não é suficiente. As medidas adoptadas do lado da redução da despesa são insuficientes. E as medidas adoptadas pelo lado da receita pecam por serem escassas no que toca a uma ideia de crescimento económico. O Governo deve promover medidas que resolvam os problemas estruturais da economia e que permitam que ela cresça de uma forma sustentada. E desde 27 de Setembro, altura em que foi reconduzido no Governo pelos portugueses, o PS recostou-se na poltrona governativa, e receosa de eleições a curto prazo, deu-se ao luxo de tirar ares. Acontece, porém, que os tempos que correm, não são tomar ares – são de fazer alguma coisinha. E é bom que o Governo repense o PEC por sua livre e espontânea vontade, antes que alguém nos obrigue a repensar por nós.
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