A mais bela, a mais pura e a mais duradoura glória literária de prosa da blogosfera

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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Estado de Polícia


A forma típica de luta dos sindicatos portugueses é inconsequente: arruadas com palavras de ordem, ditas pelos trabalhadores que, com contrato de trabalho a termo incerto, pouco têm a temer. Findas as palavras de ordem e dada a entrevista para o telejornal, dispersam para combinar outro dia para repetirem a façanha… Ou então é a greve, essa coisa inventada só para incomodar (lembremo-nos dos transportes) os restantes. Os sindicatos são organismos anacrónicos, que ainda perspectivam o mundo como e estivéssemos no PREC, deixando-se instrumentalizar pelos partidos políticos da esquerda mais radical.





Não gostamos de sindicatos nem da sua retórica. Mas estamos dispostos a bater-nos até às últimas consequências para que eles possam dizer o que quiserem e manifestar-se à sua vontade.


Segundo noticiado pelo Público, na passada terça-feira, estando a manifestação contra os cortes salariais junto à residência oficial do primeiro-ministro, a terminar, alguns sindicalistas teriam tentado dirigir-se ao Parlamento, tendo sido impedidos pela Polícia de Segurança Pública.

Nas imagens podemos ver um polícia de bastão levantado a ameaçar os manifestantes, enquanto outro empurra um manifestante para o afastar do perímetro da residência oficial. No mesmo local, um sindicalista tenta esquivar-se à mão de um polícia que parece apertar-lhe o pescoço.
Tal atitude da Polícia de Segurança Pública é completamente inaceitável e revela que a consciência axiológica dos agentes de autoridade em questão se encontra num estado deveras primitivo. E o mal está mesmo aqui – aqueles agentes, dizendo-lhes que são “de autoridade” esquecem-se que existem para servir os cidadãos e não para os oprimir.


É absolutamente necessário um novo paradigma para a administração pública – a administração tem de deixar de ser autoridade para passar a ser administração serviço. Um polícia é antes de mais um cidadão e não pode nunca esquecer-se disso.
Os agentes aqui envolvidos agem como cães-de-fila do regime, oprimindo os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, que também são sindicalistas. Nada justifica bastonadas em manifestantes pacíficos. Nada! É por causa de pessoas como estas que os regimes autocráticos e totalitários podem existir… São eles a mão que segura o bastão. Mas, pobres deles, não percebem que coarctando a liberdade do seu semelhante acabam por coarctar também a sua, pois nada mais são que funcionários de um Estado que está demasiado habituado a fazer o que lhe apetece. Se alguém nos quiser processar esteja à vontade – mande um e-mail o endereço que está aqui à direita que forneço os dados necessários e vemo-nos em tribunal!

Não concordando com os sindicatos, defendo até às últimas consequências que eles sejam livres de dizer as barbaridades que entenderem.


As condutas dos agentes são numa palavra – medíocres. E, face às imagens existentes, deveriam ser movidos processos disciplinares aos agentes em questão. Que tenham muita vergonha!

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